Suspensão de serviços de aborto legal gera revitimização de mulher vítima de violência sexual em hospital de São Paulo




Reportagem Sobre Violência Sexual e Aborto Legal em São Paulo

Vítima de violência sexual tem aborto legal suspenso em hospital municipal de São Paulo

Ao menos uma mulher vítima de violência sexual teve seu aborto legal suspenso sem aviso prévio no Hospital Municipal e Maternidade da Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulista, após a Prefeitura de São Paulo extinguir os atendimentos no local.

De acordo com informações reveladas pela coluna no mês passado, a paciente ficou com um novo trauma ao ter que passar por todos os procedimentos necessários – exames e consultas com médicos e psicólogos – mais de uma vez. Além disso, ela afirma ter sido vítima de violência obstétrica ao realizar a interrupção da gestação em outra unidade de saúde.

A vítima procurou o hospital Cachoeirinha pela primeira vez no dia 5 de dezembro de 2023, sendo informada no dia do procedimento agendado que o serviço havia sido suspenso. Ela então buscou atendimento no Hospital da Mulher, gerido pelo Governo de São Paulo, e foi informada de que teria que começar o atendimento novamente, desde o início.

Diante dessa situação, a paciente buscou o Núcleo Especializado de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres (Nudem) da Defensoria Pública de São Paulo. No entanto, o hospital não atendeu ao ofício enviado pela instituição em busca da continuidade do atendimento para a interrupção legal de gestação.

A paciente retornou ao Hospital da Mulher no dia 27 de dezembro, para realizar novamente as consultas e exames necessários. Ela relata ter se sentido desconfortável na entrevista com a assistente social, que agiu de forma inadequada durante o atendimento.

No Brasil, o aborto é previsto em lei em casos de estupro, risco à vida materna e gestação de feto anencéfalo. No caso da paciente, não era necessária a autorização judicial ou registro de boletim de ocorrência.

Após uma série de dificuldades, a interrupção da gestação foi marcada para o dia 3 de janeiro. A paciente passou por um procedimento traumático, relatando descaso e falta de atenção por parte dos profissionais de saúde.

Procurada, a Secretaria Municipal da Saúde justificou a suspensão do serviço de interrupção de gravidez no hospital Cachoeirinha, alegando a necessidade de realizar cirurgias eletivas, mutirões cirúrgicos e outros procedimentos envolvendo a saúde da mulher. A pasta não informou quando a oferta do aborto legal será retomada.

As outras quatro instituições municipais referenciadas para os casos de aborto legal seguem realizando o procedimento, de acordo com a secretaria. Já a Secretaria Estadual de Saúde não retornou contato até o fechamento desta edição.

Terceiro Sinal

O ator Eduardo Martini realizou a estreia do monólogo “Clô, Pra Sempre”, em homenagem a Clodovil Hernandes, no teatro União Cultural, em São Paulo, no sábado (6), recebendo convidados como as atrizes Catita Soares e Priscila Camargo.

com Bianka Vieira (interina), Karina Matias e Manoella Smith

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