Taylor Swift: A presença silenciosa na cultura literária

No mundo da cultura, nos bares e na Flip, Taylor Swift não é um assunto frequente. Suas músicas não tocam nos estabelecimentos e ela é mais conhecida por seus fãs como “swifties”. A presença desses fãs pode causar surpresa, mas eles estão lá, circulando por aí como uma “maçonaria” que aceita mulheres. Esta é a visão de Camila Berto, editora executiva da Companhia das Letras, que vê a presença de fãs de Taylor Swift no meio literário como uma espécie de seita.

Embora a reputação do meio literário seja de torcer o nariz para fenômenos populares, Swift tem tantos seguidores que é praticamente impossível não encontrá-los em qualquer lugar, desde editoras até lojas de picolé. Além disso, há intelectuais que reconhecem a importância da cultura de massa, como Roland Barthes, que escreveu sobre temas como o telecatch e comerciais de sabão. Assim, não são poucos os críticos literários e escritores que levam a sério o trabalho de Taylor Swift, como Bruna Kalil Othero e João Paulo Cuenca, que reconhecem a importância da cantora no cenário cultural contemporâneo.

Segundo Othero, Taylor Swift e a escritora Annie Ernaux são as grandes mestras da autoficção contemporânea, utilizando suas experiências pessoais para criar narrativas envolventes que atingem um grande público. Para ela, os escritores têm muito a aprender com Taylor, que consegue alcançar o público de uma maneira impressionante. Além disso, Cuenca destaca a importância de Taylor Swift na cultura da performance, transformando a arte de se apresentar em um estádio de uma forma nunca antes vista.

A influência de Taylor Swift no mundo literário também é reconhecida academicamente. Em universidades como a de Gante, na Bélgica, e Stanford, nos Estados Unidos, disciplinas eletivas são criadas para analisar a obra da cantora, utilizando-a como ponto de partida para estudar autores consagrados. Mesmo para quem não é fã, como Alexandre Vidal Porto, é importante reconhecer a influência de Taylor Swift na sociedade contemporânea, já que ela galvaniza tantas pessoas e cria emoções para uma geração inteira.

Portanto, Taylor Swift, apesar de não ser um tema frequente na programação cultural e literária, é uma presença significativa que desafia as fronteiras entre o real e a ficção, entre a vida e a obra, estimulando discussões e reflexões importantes para o mundo contemporâneo.