Telemedicina no Brasil: avanços, desafios e impactos na saúde da população em meio à pandemia da Covid-19




Telemedicina: um avanço na saúde brasileira

Telemedicina: um avanço na saúde brasileira

No Brasil, lidar com o atendimento à saúde em um território de dimensões continentais sempre foi um desafio complexo, marcado por escassez de recursos, falta de profissionais qualificados e infraestrutura precária em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Diante desse cenário, a telemedicina surge como uma ferramenta essencial para garantir maior acesso e equidade no atendimento médico à população.

No final de 2022, a regulamentação da telemedicina no país representou um marco importante. Inicialmente autorizada de forma emergencial durante a pandemia de Covid-19, a modalidade foi consolidada por meio da lei sancionada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Esse avanço foi essencial para impulsionar a telemedicina no Brasil, como destaca Carlos Pedrotti, gerente médico de telemedicina no Hospital Israelita Albert Einstein, que ressalta o progresso de “20 anos em 2” nessa área.

De fato, os números refletem esse avanço. Entre 2020 e o final de 2022, foram realizadas 11 milhões de consultas remotas, número que saltou para 30 milhões em 2023, um crescimento de 172%, de acordo com a Fenasaúde. Para impulsionar ainda mais a saúde digital, o governo federal alocou R$ 460 milhões em projetos para 2024, com a expectativa de realizar 50 milhões de teleatendimentos ao longo do ano, conforme revela a secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad.

O lançamento do SUS Digital, anunciado recentemente, visa fortalecer a assistência prestada à população pelo Sistema Único de Saúde. Nísia Trindade, ministra da Saúde, destaca a importância da inovação em saúde para garantir o acesso igualitário a todos que dependem do SUS, ressaltando que a telessaúde vai além da telemedicina ao englobar diversas ações educacionais e administrativas.

Com a ampliação da telemedicina, parcerias com hospitais privados têm contribuído para a capacitação de profissionais e a realização de teleinterconsultas, que auxiliam na resolução de casos complexos. Iniciativas como a TeleAMEs e TeleNordeste têm levado assistência especializada a regiões remotas, resultando em mais de 50 mil atendimentos desde 2022. Esses avanços reforçam a importância da telemedicina como uma ferramenta fundamental para garantir dignidade, agilidade no diagnóstico e tratamento adequado aos pacientes em todo o país.

O projeto de expansão da telemedicina no Brasil reflete os esforços do setor público e privado em promover um sistema de saúde mais inclusivo e eficiente. Com investimentos em conectividade, capacitação e inovação, a telemedicina se consolida como um avanço significativo no acesso aos serviços de saúde em um país de proporções continentais como o Brasil.


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