Tensões entre EUA e Rússia aumentam e ameaçam desencadear uma nova Guerra Fria e crise nuclear global






Conflitos entre EUA e Rússia

Os Estados Unidos estão envolvidos em uma série de conflitos que podem inflamar as relações com a Rússia, ampliando o cenário de uma Nova Guerra Fria. Conflitos no Irã, Venezuela, Crimeia, Cuba e Síria colocam os EUA em oposição a aliados russos, enquanto disputas fronteiriças na Europa Oriental e no Báltico também exacerbam as tensões.

Além disso, as questões sobre a existência e os objetivos da OTAN e o conflito sobre o comércio internacional também colocam Rússia e Estados Unidos em lados opostos. Tais questões perigosas podem potencialmente desencadear uma crise mais grave e até mesmo levar a uma guerra.

Essa divisão entre as nações é evidenciada ainda mais pela postura dos Democratas, que criticam ex-presidentes por supostamente terem sido condescendentes com a Rússia. A mídia liberal endossa a visão de que a Rússia é um inimigo hostil, agressivo e expansionista, alimentando a visão de que os EUA representam o “mundo livre”.

O aumento da ameaça de extinção nuclear é um tema que preocupa, especialmente pelo fato de ambas as principais ideologias políticas nos EUA considerarem a Rússia como antagonista. As implicações desse antagonismo podem ser ainda mais perigosas em locais como Mar do Sul da China e Ásia Oriental, onde os EUA enfrentam a oposição da China e Rússia. Enquanto no Irã, as tensões são intensificadas devido ao apoio de Rússia e China a Teerã.

A fronteira com a Rússia é especialmente sensível, visto que os EUA quebraram a promessa de não aproximar a OTAN “nem mais um centímetro” da fronteira russa. Essa promessa, feita a Mikhail Gorbachev, foi fundamental para a aceitação de uma Alemanha unificada alinhada com os EUA e a Europa Ocidental.

Os EUA têm buscado instalar novas armas nucleares e anti-balísticas perto da fronteira russa, aumentando a escalada do conflito. A administração Trump desfez acordos de armas nucleares que estabilizavam a relação russo-americana, enquanto o presidente Biden aprovou novas armas nucleares táticas, aumentando a hostilidade em relação à Rússia.

O cenário atual apresenta um risco significativo de aniquilação nuclear, com o Relógio do Juízo Final marcando apenas 90 segundos para a meia-noite. O dramático aumento dessa ameaça é atribuído à posição beligerante dos líderes e à sua disposição de arriscar o destino do mundo em troca de vantagens econômicas.

(*) Charles Derber é professor de sociologia no Boston College e escreveu 26 livros. Mais recentemente, foi coautor de Dying for Capitalism: How Big Money Fuels Extinction and What We Can Do About It (Routledge, 2023). É colaborador do Observatory. Suren Moodliar é o editor da revista Socialism and Democracy e coordenador do encuentro5, um espaço de construção de movimentos no centro de Boston. É coautor de Dying for Capitalism: How Big Money Fuels Extinction and What We Can Do About It (Routledge, 2023). É colaborador do Observatory. Este trecho foi adaptado de Dying for Capitalism: How Big Money Fuels Extinction and What We Can Do About It, de Charles Derber e Suren Moodliar (Routledge, 2023), e produzido para a web por Earth | Food | Life, um projeto do Independent Media Institute.

(*) Tradução de Raul Chiliani




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