Tragédia no Ninho do Urubu: cinco anos após incêndio, impunidade persiste e famílias buscam reparação com o Flamengo



Reportagem sobre o Incêndio no Ninho do Urubu

Cinco anos após tragédia, impunidade persiste no caso do incêndio no Ninho do Urubu

Passados cinco anos desde o fatídico incêndio que resultou na morte de dez jovens jogadores no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, o caso mantém-se sem responsáveis criminalmente punidos. Além disso, uma das famílias afetadas ainda não chegou a um acordo de reparação direto com o clube e os sobreviventes carregam traumas decorrentes da tragédia.

Com o intuito de promover o debate sobre as ações que os dirigentes do time carioca deveriam ter tomado, foi lançada nesta quarta-feira (13) pela Netflix a série “O Ninho: Futebol & Tragédia”. O documentário contextualiza o drama dos jovens jogadores da base rubro-negra, indicando possíveis caminhos para evitar o ocorrido e posteriormente repará-lo.

O diretor da produção, Pedro Asberg, ressalta a importância de manter viva a memória da tragédia, que marcando não apenas o clube, mas também a história do futebol brasileiro. A série, desenvolvida pela A Fábrica com ideia original do UOL, divide-se em três episódios, incluindo relatos dos sobreviventes, familiares das vítimas e jornalistas envolvidos na investigação.

Enquanto muitas famílias afirmam desconhecer as precárias condições do alojamento onde os jovens estavam, reportagens demonstram que o Flamengo tinha ciência dos riscos aos quais os garotos estavam expostos, como os problemas nas instalações elétricas, apontadas como a principal causa do incêndio.

Oito pessoas respondem a uma ação penal proposta pelo MP-RJ por homicídios culposos e lesões corporais. A produção da série buscou ouvir os envolvidos, porém alguns optaram por não se posicionar, enquanto outros ignoraram os contatos.

O Flamengo, em nota divulgada no aniversário de cinco anos da tragédia, lamentou o ocorrido e reforçou o compromisso em não esquecer a memória dos jovens atletas. A série também apresenta imagens inéditas do incêndio e recria momentos para elucidar as causas do desastre.

Benedito Ferreira, segurança do clube que salvou três jovens e acabou demitido devido ao trauma, destaca a importância de manter viva a memória dos garotos. Nove das dez famílias das vítimas chegaram a um acordo com o clube, enquanto a família do goleiro Christian Esmério obteve uma decisão favorável na Justiça.

O diretor da série espera que sua obra sensibilize a torcida do Flamengo a pressionar a diretoria por uma postura mais humana em relação às famílias afetadas. A tragédia no Ninho do Urubu permanece como uma marca indelével na história do clube e do futebol brasileiro, gerando reflexões sobre responsabilidade e reparação.

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