Em janeiro deste ano, um homem de 39 anos foi morto a tiros no bairro de Pissevin, em Nîmes, no contexto do tráfico de drogas. De acordo com dados do ex-procurador Eric Maurel, que atuou na região de Nîmes, houve cerca de quinze acertos de contas em 2020, resultando em oito mortes, e três em 2021, incluindo um adolescente de 17 anos. A maioria desses homicídios ocorreu nos bairros de Pissevin, Chemin Bas e Mas de Mingue, que são zonas periféricas da cidade.
Esses três bairros foram criados na década de 1960 para abrigar pessoas que migraram do campo, repatriados do Norte da África e imigrantes trabalhadores. Todos eles compartilham indicadores socioeconômicos alarmantes. Em Pissevin, por exemplo, 70% dos 13 mil habitantes vivem abaixo da linha da pobreza, e a taxa de desemprego chega a 46%.
Eric Maurel explicou que esses assassinatos estão diretamente ligados ao “narcobanditismo”, uma prática que envolve guerras territoriais e conflitos comerciais no tráfico de drogas. Segundo ele, são indivíduos, muitas vezes muito jovens, que têm acesso a armas de guerra, como fuzis do tipo Kalashnikov AK-47 ou M-16. Nîmes, de acordo com o ex-procurador, tornou-se quase um “centro de compra de droga”.
Diante do crescente problema da violência urbana e do tráfico de drogas em cidades francesas, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, anunciou medidas para combater a situação. Na semana passada, ele afirmou que uma unidade da força policial de elite CRS 8, especializada no combate à violência urbana, será enviada para Marselha, uma cidade do sul da França também afetada pela violência de gangues ligadas ao tráfico de drogas.
O objetivo é reforçar a segurança e combater o crime nessas áreas problemáticas. A medida visa não apenas reduzir a criminalidade, mas também proporcionar maior tranquilidade e segurança para a população.
Nesse cenário preocupante, é essencial que as autoridades continuem a investir em estratégias de prevenção e combate ao tráfico de drogas e à violência urbana. Além disso, é importante promover ações que visem melhorar as condições socioeconômicas dos bairros mais vulneráveis, oferecendo oportunidades de emprego e programas de inclusão social. Somente assim será possível reverter esse quadro e garantir uma vida segura e pacífica para todos os cidadãos.
