Treinamento em ciência e saúde proporciona experiência única ao jornalista em visita a São Paulo.

Moro em Curitiba, sou natural de Ponta Grossa (PR). A cidade de São Paulo, por si só, é uma experiência fora da curva para mim. Entre 8 e 15 de setembro, tive um motivo especial para visitá-la. O compromisso era a etapa presencial do trainee em ciência e saúde da Folha.

A proposta era o contato intensivo com essas áreas. Olhar para as múltiplas facetas do sistema de saúde brasileiro é um exercício complexo.

No Hospital Israelita Albert Einstein, referência em medicina na América Latina, aprendemos sobre as técnicas de cirurgia robótica. Profissionais contaram sobre impressionantes pesquisas em desenvolvimento, também ouvimos médicos com reputação mundial. Durante a visita, palestrantes se referiram às instalações do hospital como “nossa Dubai”.

Dois dias depois, visitamos a sala dos prontuários de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), que ainda não são eletrônicos. Em meio àquela papelada, dois funcionários tentavam organizar as pastas e jogar as informações no sistema. Olhei na etiqueta, a numeração das fichas estava na casa dos milhões.

As palestrantes nos explicaram a imensa rede de saúde pública de São Paulo. É emocionante a entrega dos funcionários em prol dos pacientes. O Einstein e a UBS, cada um da sua forma, nos fizeram refletir sobre a saúde no Brasil.

No que diz respeito à ciência, o Planetário do Ibirapuera foi um espetáculo. Tenho profundo interesse pela astronomia.

Cássio Barbosa, profissional da área, nos acompanhou na visita. Tive a oportunidade de fazer algumas perguntas bobas. Ele respondeu uma por uma, preocupado em colocar de forma inteligível. Foi uma ótima lição sobre divulgação científica.

Passamos pelo Instituto Butantan, uma visita impressionante. É fácil se perder entre béqueres, jalecos e centrifugadores. Sou jornalista, não tenho esse tipo de formação.

Na minha cabeça, pensava: “como se faz uma vacina do zero?”. Inconcebível. Surreal. Eles fazem. Confesso também que fiquei frustrado, queria ver as cobras. Não deu tempo. Fica para a próxima.

Quero falar também sobre o jornalismo. Os dias que passamos na Redação foram espetaculares. Sou suspeito para falar. Cresci entre leitores da Folha. Quando criança, ainda no jornal impresso, adorava a seção de quadrinhos. Então, me interessei pelo Sudoku. Depois, pelo jornalismo. Anos se passaram, a admiração é a mesma.

A paixão pelo jornalismo faz os olhos marejarem quando se entra no prédio da Folha pela primeira vez. Ouvi falar dela durante toda a graduação. É referência.

Neste mês, conheci uma nova Folha. Dessa vez, na visão de quem faz acontecer.

Por fim, sobre as pessoas. A turma compartilhou risadas, aprendizado, cansaço. Nossas mentoras, Cláudia Colucci e Suzana Singer, são uma aula de jornalismo 24 horas por dia. Douglas Carvalho, sempre atento, nos ajudou com tudo o que foi necessário.

Pude me conectar com pessoas de outros estados —agora amigos—, que se unem por acreditar no jornalismo. Todos convergem nessa curiosidade pelo que está no escuro, pelo que não sabemos. Que experiência fantástica!

Escolhi a profissão certa.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo