Tumulto na cracolândia: usuários ateiam fogo, bloqueiam avenida e causam confusão no centro de São Paulo



Tumulto na Cracolândia em São Paulo

Por Mário Santos, repórter da Redação

Noite de terça-feira, na região da Santa Ifigênia, centro de São Paulo, foi marcada por mais um episódio de tumulto na cracolândia. Usuários de drogas atearam fogo em sacos de lixo e bloquearam por alguns minutos a avenida Rio Branco, causando transtornos e preocupação na região.

A situação chamou a atenção das autoridades e da população local. Por volta das 23h, policiais militares estiveram no local e dispersaram o grupo com uso de bombas. A ação foi necessária para garantir a segurança e o ordenamento no local. Em seguida, os dependentes químicos passaram a caminhar por ruas da Santa Ifigênia e dos Campos Elíseos, dois bairros diretamente afetados pela concentração de traficantes e usuários de drogas.

No mesmo dia, por volta das 20h, outra confusão na região foi registrada. Além disso, vizinhos relataram o funcionamento de uma “feirinha” do crack lotada de usuários no centro da capital, reforçando a gravidade da situação na área.

A sequência de tumultos em novembro começou no dia 1º, quando um dependente químico pediu ajuda a comerciantes após ser atingido por uma bala de borracha no braço. Na mesma ocasião, usuários da cracolândia saquearam uma loja especializada em conserto e venda de acessórios para celulares na rua Santa Ifigênia, resultando no furto de 20 celulares e um notebook deixados por clientes para conserto, além de máquinas usadas no reparo dos produtos.

Diante desse cenário, a comerciante Ângela Aparecida Alves de Oliveira, de 44 anos, desabafou: “Aqui já deu tudo o que tinha que dar. Não quero mais ficar aqui. Não sei como vamos viver. Estamos nos levantando pela segunda vez. Eu acabei de sair de uma cirurgia. Eu sou da Bahia e meu esposo é da Bolívia. Ainda não sei para qual dos dois lugares vamos mudar”. Em solidariedade, a ACSP (Associação Comercial de São Paulo) lançou uma campanha para arrecadar R$ 100 mil e ajudar a família de Ângela.

Há um ano e meio, operações policiais tentam dissipar a concentração de usuários de drogas na cracolândia, na região central. Dependentes químicos buscam abrigo sob viaduto e dentro de túneis em locais como a praça Franklin Roosevelt e o trecho contíguo ao túnel José Roberto Fanganiello Melhem, que liga a avenida Paulista à avenida Rebouças.

A situação na cracolândia continua sendo um desafio para as autoridades e para a população, que clama por soluções efetivas para garantir a segurança e a qualidade de vida na região.


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