Uso de celular na hora de dormir impacta o sono e aumenta riscos de overdose de melatonina em crianças




Impacto do uso da melatonina e dos smartphones na qualidade do sono

Utilizar o celular na hora de dormir é uma prática comum para grande parte da população. Seja para verificar notícias ou acompanhar as redes sociais, a luz azul emanada pelos dispositivos eletrônicos tornou-se uma presença constante antes de dormir.

No entanto, estudos recentes têm revelado os impactos negativos dessa prática na qualidade do sono. A luz azul emitida pelos aparelhos eletrônicos interfere na produção do hormônio melatonina, responsável por regular o ciclo de sono e vigília do corpo humano.

A melatonina, conhecida como o “hormônio da escuridão”, tem sua produção prejudicada pela exposição à luz, especialmente a luz azul das telas eletrônicas. Como resultado, a dificuldade em adormecer é um problema enfrentado por uma parcela significativa da população, resultando em prejuízos à saúde e bem-estar.

Diante dessa realidade, muitos indivíduos têm recorrido a suplementos de melatonina para combater a insônia e outros distúrbios do sono. No entanto, preocupações têm surgido em relação à segurança e ao uso indiscriminado desse hormônio, especialmente em crianças e adolescentes.

A liberação da melatonina pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no Brasil em 2022 aumentou a disponibilidade do suplemento, levando a um aumento no número de casos de intoxicação em crianças. Relatos de internações por overdose de melatonina têm sido alarmantes, evidenciando a necessidade de um uso cauteloso e responsável desse hormônio.

Além dos riscos associados ao uso da melatonina em crianças, casos de overdose em adultos também têm sido reportados, levantando questões sobre a regulamentação e dosagem desse suplemento.

Diante da ausência de uma regulamentação rígida e estudos clínicos abrangentes, os riscos associados ao consumo de melatonina permanecem desconhecidos. A variação na dosagem presente nos produtos disponíveis no mercado e a falta de compreensão sobre os impactos a longo prazo do uso desse hormônio representam desafios significativos para a saúde pública.

A questão da segurança e eficácia da melatonina coloca em destaque a necessidade de uma abordagem mais cautelosa e informada em relação ao uso desse suplemento. É essencial que tanto usuários quanto profissionais de saúde estejam cientes dos riscos associados ao uso da melatonina e busquem estratégias para promover um sono saudável de forma segura e sustentável.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site da BBC Future


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