No pré-Carnaval de São Paulo, a venda de bebidas tem sido uma tarefa árdua para os ambulantes, com poucas vendas e expectativas frustradas. Até as 13h48 deste domingo (4), os irmãos Michelle, Rodrigo e Willian Santana de Souza relataram que não haviam vendido nenhuma lata, marcando um desempenho significativamente abaixo do esperado.
Com um histórico de participação no evento nos últimos anos, a família lamentou o fraco desempenho deste ano, comparado com o faturamento de R$ 400 a R$ 600 no pré-Carnaval do ano anterior. Segundo eles, o cancelamento de vários blocos nos últimos dias pode ter contribuído para a queda nas vendas, resultando em uma concentração maior de pessoas em menos lugares.
A insatisfação também foi compartilhada por outras vendedoras, como Sirlene Marcelino, 50, que relatou vender apenas duas latinhas de cerveja no sábado e enfrentar dificuldades semelhantes no domingo. Mônica Larissa Pereira da Silva, 33, também lamentou a situação, afirmando que “alguém está ganhando, mas ainda não somos nós”. A prefeitura, procurada para comentar as queixas dos ambulantes, não havia se pronunciado até o momento da publicação deste texto.
As vendedoras também apontaram a presença de foliões entrando nos blocos com bebidas, o que reduz ainda mais as chances de vendas. Com a revista de bolsas e mochilas na entrada, algumas pessoas ainda conseguem burlar as regras, impactando diretamente os ambulantes. A esperança é que a organização reveja a distribuição dos ambulantes e a revisão dos preços dos produtos, considerando a concorrência de mercados e lanchonetes que vendem bebidas a preços mais baixos.
Além disso, a percepção dos foliões também revelou uma festa mais vazia do que o esperado. Henrique Munhoz, 46, expressou a falta de divulgação por parte da prefeitura. Rafaela Macedo Vieira, 27, e Ronilson Assis, 28, compararam a quantidade de pessoas nos blocos de São Paulo com os de Belo Horizonte, afirmando que os blocos mineiros são mais cheios no pré-Carnaval.
No entanto, nem tudo é negativo. Os foliões destacaram que, apesar da falta de muvuca, a festa proporciona banheiros limpos, oferta de bebidas e preços tabelados, sendo descrito como “uma delícia” pelo casal mineiro. Além disso, as fantasias criativas e a diversão continuam presentes, como no caso de Lígia Arneiro, 66, que improvisou sua fantasia e destacou que “o importante é se divertir”.
