Vereadores retiram apoio à CPI que investigaria ONGs na Cracolândia e alvos incluiriam padre Júlio Lancellotti.

Vereadores protocolam pedido de CPI para investigar ONGs da Cracolândia em SP

Na última semana, 22 vereadores da cidade de São Paulo demonstraram apoio inicial ao pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as atividades de Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região da Cracolândia. No entanto, pelo menos quatro desses vereadores anunciaram que irão retirar seus nomes do pedido.

De acordo com o autor da proposta, o vereador Rubinho Nunes, da União Brasil, o padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua da Arquidiocese de São Paulo e conhecido por seu trabalho com a população carente da cidade, poderia ser um dos principais alvos da CPI, caso a mesma seja instalada.

O documento apresenta a assinatura do líder do governo, o vereador Fábio Riva, responsável pela articulação do prefeito Ricardo Nunes na Câmara. Seis vereadores do PSDB, partido do atual governo, assinam o pedido. Outras siglas que endossaram a iniciativa incluem União Brasil, PL, Republicanos, Podemos, MDB, Solidariedade, PSD e PP.

Entre os vereadores que inicialmente deram suporte ao requerimento, quatro confirmaram que retirarão o apoio e votarão contra a CPI, alegando que foram enganados, já que o texto original não mencionava a investigação do padre Júlio. Entre eles estão Sidney Cruz (Solidariedade), Thammy Miranda (PL), Sandra Tadeu (União Brasil) e Xexéu Tripoli (PSDB).

A reação da Arquidiocese de São Paulo não se fez esperar. Em nota, a instituição ressaltou a importância do trabalho de coordenação e acolhimento realizado pelo padre Júlio, declarando-se indignada com a possibilidade de uma investigação envolvendo o líder religioso.

Em defesa de sua atuação, o padre Júlio afirmou ao Estadão que a investigação do uso de recursos públicos pelo terceiro setor é legítima, mas que ele não é parte de nenhuma organização conveniada à Prefeitura, atuando apenas na Paróquia São Miguel Arcanjo.

As informações foram apuradas pelo jornal O Estado de S. Paulo.

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