No ano de 1994, o mundo foi pego de surpresa pelo comunicado de uma declaração de guerra emitida pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) contra o exército federal mexicano. O comunicado acusava o governo de Carlos Salinas de Gortari de ser um pilar básico da ditadura e pedia a restauração da legalidade e estabilidade no país. Além disso, solicitava a intervenção de organismos internacionais para proteger a população civil durante os combates.
O levante zapatista ocorreu em Chiapas, no sul do México, coincidindo com a entrada em vigor do Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Estados Unidos, Canadá e México, conhecido como NAFTA. O acordo era uma iniciativa do então presidente mexicano, Carlos Salinas, e marcou um período de tensão política e social no país.
Os rebeldes zapatistas apresentaram onze reivindicações, incluindo terra, trabalho, moradia, saúde, educação, alimentação, independência, democracia, liberdade, justiça e paz, demonstrando um amplo espectro de demandas sociais e políticas.
Após uma série de confrontos e negociações, em fevereiro de 1996, o governo mexicano, liderado por Ernesto Zedillo, e o EZLN firmaram os primeiros acordos sobre Direitos e Culturas Indígenas. No entanto, apesar das negociações subsequentes, os zapatistas refutaram uma lei aprovada pelo governo em 2001, rompendo o diálogo e optando pelo autogoverno nos territórios sob seu domínio.
O impacto do levante zapatista foi significativo, não apenas a nível nacional, mas também internacionalmente. O movimento deu visibilidade às demandas das comunidades indígenas e desencadeou um debate sobre justiça social, direitos humanos e democracia no México.
Portanto, o legado do EZLN continua presente na história do país, representando um marco nas lutas por autonomia e reconhecimento das culturas indígenas. As reivindicações iniciais dos zapatistas evoluíram e continuam a ecoar em uma sociedade em constante transformação.
