A Marcha das Margaridas foi iniciada hoje em Brasília, com um grande número de mulheres em busca de seus direitos.

A 7ª Marcha das Margaridas, que reúne mais de 100 mil mulheres do campo, da floresta, das águas e das cidades, foi aberta oficialmente na noite desta terça-feira (15) em Brasília. O evento contou com a presença de representantes dos movimentos sindicais e ministros do governo federal. Nessa edição, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve fazer anúncios nesta quarta-feira (16) em resposta às principais demandas das mulheres.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, esteve presente na abertura e adiantou que a pasta planeja retomar o Grupo Terra, focado em políticas para populações do campo e da floresta. Além disso, serão implementadas ações para acolhimento de mulheres e crianças vítimas de violência nas unidades básicas de saúde, e será feita a reconstrução do comitê de avaliação de plantas medicinais e fitoterápicas.

Durante a marcha, serão apresentadas diversas demandas, como a ampliação da participação das mulheres na política, o combate à violência, ao racismo e ao sexismo, a autonomia econômica, o acesso à terra e à educação, a segurança alimentar, a produção rural aliada à agroecologia, e a universalização da internet e inclusão digital.

Segundo a coordenadora-geral da marcha e secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Mazé Morais, essa edição promete render importantes conquistas para as mulheres, através de uma plataforma de resistência. O lema deste ano é “Pela Reconstrução do Brasil e Pelo Bem Viver”.

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, ressaltou que as participantes marcham em busca de um país mais justo e pacífico, onde não haja espaço para ódio e raiva. Por sua vez, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, se emocionou ao ver a homenagem prestada à sua irmã, Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018, e destacou que nada poderá intimidar ou calar as mulheres.

Além das ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Margareth Menezes (Cultura) e Ana Moser (Esporte), também estiveram presentes ministros e representantes da Caixa, Banco do Brasil e delegações de 35 países.

A marcha em si será realizada nesta quarta-feira (16) na Esplanada dos Ministérios. Na ocasião, o Senado aprovou a inscrição do nome de Margarida Alves no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Margarida Alves foi ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, e foi assassinada em 1983 devido à sua luta pelos direitos da categoria. O crime segue sem solução e os mandantes ainda não foram condenados. O caso foi levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves. Recomendações foram feitas ao Estado brasileiro visando a reparação dos familiares, a investigação efetiva dos fatos e o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos.

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