A mudança climática é apontada por diretor do fundo soberano norueguês como fator de influência na inflação.

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira (16), Nicolai Tangen, diretor do fundo soberano da Noruega, abordou a persistente pressão da mudança climática e as tendências do mercado sobre a inflação global. Segundo Tangen, esses fatores tornam “muito difícil” para os bancos centrais controlarem a inflação, mesmo com o aumento das taxas de juros desde o fim da pandemia.

O diretor do fundo soberano destacou o atual cenário de alta nos preços dos produtos manufaturados, em um momento em que a venda de produtos fabricados próximo ao consumidor ganha força. Além disso, Tangen ressaltou a relação entre o clima e a inflação, particularmente o aumento dos preços dos alimentos.

“Azeite, batata, carne, tudo isso impulsiona a inflação”, explicou Tangen. “O que há de novo é que [o clima] também está afetando a produtividade”. Ele citou o verão atual na Europa como exemplo, ressaltando que as altas temperaturas impossibilitam o trabalho ao meio-dia. O diretor também mencionou o aumento de fenômenos climáticos extremos, como ondas de calor e incêndios, que afetam negativamente o setor do turismo.

O mês de julho de 2023 foi marcado por intensas ondas de calor e incêndios em vários países, sendo considerado o mês mais quente já registrado na Terra pelo observatório climático Copernicus, da União Europeia.

Com um valor de US$ 1,46 trilhão (R$ 7,27 trilhões na cotação atual), o fundo soberano da Noruega é atualmente o maior do mundo. Sua administração é feita pelo banco central do país.

Diante desse cenário, fica evidente a dificuldade enfrentada pelos bancos centrais para ancorar a inflação global. A combinação das tendências de mercado e os impactos da mudança climática têm desafiado os esforços para controle da inflação. Resta aguardar como as autoridades monetárias irão lidar com essas questões e quais serão os possíveis desdobramentos econômicos decorrentes desses desafios.

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