As aulas digitais ministradas por Tarcísio em São Paulo estão sendo duramente criticadas.

O programa de digitalização do ensino na rede estadual paulista, proposto pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido alvo de críticas por parte dos professores em relação aos seus méritos pedagógicos e ao conteúdo apresentado nos slides das aulas.

A Folha teve acesso a nove aulas que seriam apresentadas no terceiro bimestre para alunos do 7º ano do Ensino Fundamental, assim como uma aula do segundo bimestre do 9º ano, e enviou esse material juntamente com as críticas dos professores para especialistas. Problemas foram identificados, embora a Secretaria da Educação tenha negado parcialmente tais questões.

De acordo com a Secretaria, os slides estão alinhados com o chamado Currículo Paulista, que orienta a educação no estado, mas os professores têm a autonomia de adaptar os conteúdos. Os slides foram introduzidos no segundo bimestre deste ano para alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. No entanto, os professores ainda não receberam as apostilas, que estão sendo elaboradas agora pela equipe responsável pelos slides. Além disso, os slides já estão em linha com a nova política do governo, que abandonou as obras oferecidas pelo MEC no Programa Nacional do Livro Didático alegando inconsistências.

Os professores da rede afirmam que há uma discordância entre o conteúdo dos slides e o que é proposto na BNCC (Base Nacional Curricular Comum), que é de adesão obrigatória pelos estados. Os slides tratam de temas como a evolução do capitalismo e da globalização, que deveriam ser desenvolvidos nos anos seguintes, mas não abordam as correlações específicas de natureza territorial e a formação do Estado-Nação no Brasil, como é esperado pela BNCC.

Professores de geografia que analisaram o material criticaram o seu conteúdo, destacando um reducionismo de conceitos e a baixa qualidade dos vídeos e mapas utilizados. Além disso, a falta de retenção que o slide proporciona, estimulando o copia-e-cola do conteúdo, e a falta de acesso dos alunos à internet são preocupações centrais.

A Secretaria da Educação ressaltou a autonomia dos professores, afirmando que os conteúdos estão de acordo com o Currículo Paulista e com os documentos legais e normativos nacionais vigentes. No entanto, não foram esclarecidas as questões sobre a dinâmica do tempo de tarefas, trabalhos em grupo e qualidade dos conceitos apresentados.

Em suma, o programa de digitalização do ensino na rede estadual paulista tem gerado críticas entre os professores de geografia, que questionam os méritos pedagógicos e o conteúdo apresentado nos slides das aulas. A Secretaria da Educação defende a autonomia dos docentes, mas os problemas apontados pelos professores continuam sem solução.

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