O Ibovespa registra a sua pior sequência de perdas desde 1970, acumulando 12 quedas consecutivas.

No cenário internacional, a sessão desta quarta-feira foi marcada por cautela nos mercados globais devido aos sinais “hawkish” sobre a política monetária dos Estados Unidos. A divulgação da ata da mais recente decisão do BC norte-americano sobre juros evidenciou a postura restritiva dos dirigentes da instituição, que consideram fundamental manter a taxa de juros em nível restritivo até a inflação retornar à meta de 2% ao ano. Essa perspectiva gerou uma reação negativa nos principais índices de ações em Nova York, que encerraram o dia em baixa.

No mercado brasileiro, o Ibovespa resistiu às perdas até as 16 horas, quando não conseguiu mais suportar a piora do sentimento no exterior e reverteu os ganhos moderados vistos mais cedo. Com isso, o índice fechou em queda de 0,50%, aos 115.591,52 pontos, acumulando assim a 12ª perda diária consecutiva. Essa sequência negativa de sessões não era vista desde 1970, o que indica um cenário desafiador para o mercado brasileiro.

No entanto, é importante ressaltar que o fechamento abaixo dos 116 mil pontos, que representa o menor nível desde junho, abre espaço para uma continuação da correção em curso. O Ibovespa ainda não registrou ganhos no mês e, após encerrar julho próximo dos 122 mil pontos, agora se vê cada vez mais próximo dos 110,5 mil pontos.

Nesse contexto, destaca-se o desempenho da Petrobras, que continuou apresentando uma recuperação parcial ao longo do dia devido à queda nos preços do petróleo. A estatal anunciou um aumento nos preços da gasolina e do diesel nas refinarias, o que contribuiu para reduzir a defasagem com as cotações internacionais da commodity. No entanto, a alta nos preços do petróleo não foi suficiente para impulsionar o Ibovespa, que depende de outros fatores para uma recuperação mais consistente.

Dentre os setores que se destacaram no pregão, o IRB, Magazine Luiza e Via apresentaram os melhores desempenhos, enquanto Natura, Hapvida e Alpargatas ficaram entre as maiores quedas. No segmento bancário, o Banco do Brasil foi a exceção positiva, encerrando o dia com alta de 0,86%.

A perspectiva para os próximos dias continua incerta, com diversos fatores de incerteza tanto no cenário externo quanto doméstico. A atenção se volta para a economia chinesa, os desdobramentos fiscais no Brasil e nos Estados Unidos, além da evolução da inflação, os dados sobre o mercado de trabalho e a possibilidade de novas altas nos juros americanos. A ata do Fed deixou em aberto os próximos passos do BC americano, o que reforça a necessidade de acompanhar de perto os indicadores econômicos e as políticas monetárias adotadas pelos principais países.

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