Rui Costa, governador da Bahia, é criticado por adotar políticas questionáveis em segurança, como o terraplanismo em sua abordagem.

Ministro da Casa Civil nega dados de ONG sobre segurança pública

No dia 14 de março, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, concedeu uma entrevista em que questionou a veracidade dos dados divulgados por ONGs sobre questões de segurança pública. O ministro afirmou: “Não reconheci e não reconheço de ONGs que fazem publicações sobre questão de segurança. (…) Nós estamos comparando coisas diferentes: melancia com abacaxi. Quando estados brasileiros, por exemplo, encontram corpos boiando com perfuração no crânio, no peito, e dizem que vão investigar aquela morte e não classificam como óbito e comparam com estado que registra essa morte como óbito, então nós estamos comparando coisas diferentes.”

Essa declaração pode ser vista como uma forma de negacionismo em relação aos dados divulgados por ONGs, como é o caso do Fórum Brasileiro. Essa organização é responsável pela elaboração do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, que é considerado o principal compêndio de informações sobre o tema. O Fórum Brasileiro já se colocou à disposição do ministro para esclarecer qualquer dúvida ou debater sobre o assunto. Vale ressaltar que o anuário utiliza dados oficiais das secretarias e segue uma metodologia rigorosa, além de empregar referências internacionais.

No entanto, a insatisfação do ministro pode ter outra origem. Rui Costa foi governador da Bahia durante o período de 2015 a 2022. Durante o seu mandato, o número de mortes causadas pela polícia quadruplicou, passando de 354 em 2015 para 1.464 em 2022. Essa tendência de aumento também é observada nos dados do DataSUS, onde a Bahia é o estado com o maior número de mortes por “intervenção legal” desde 2019. Um exemplo emblemático dessa situação ocorreu em 2015, quando a polícia militar da Bahia realizou a chacina de Cabula, e o então governador afirmou: “É como um artilheiro em frente ao gol que tenta decidir, em alguns segundos, como é que ele vai botar a bola dentro do gol”. Até hoje, esse caso não foi solucionado.

Embora seja importante que o governo centralize a coleta e divulgação de dados sobre segurança pública, é primordial que isso seja feito com transparência e para fins de melhor controle das polícias. Não importa de onde vem o tiro na cabecinha, o que importa é que ações concretas sejam tomadas para garantir a segurança e proteção da população.

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