A Polícia investiga possível sequestro de investigador na comunidade de Paraisópolis.

A Polícia Civil está investigando o desaparecimento de um investigador de 41 anos que trabalha no 28º Distrito Policial (DP) da Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo. Ele não teve mais nenhum contato com a família desde a noite de domingo (13).

O carro do policial, um Fiat Argo, foi encontrado na manhã de segunda-feira (14) na rua Chambourcy, em Perus, também na zona norte. Ele estava utilizando o veículo quando desapareceu.

Segundo a Folha, que conversou com policiais envolvidos na investigação, há indícios de que o investigador possa estar em posse de criminosos na favela de Paraisópolis.

A investigação está sendo conduzida pelo próprio 28º DP, com auxílio do setor de inteligência da instituição. No entanto, na tarde de quinta-feira (17), o caso passou a ser acompanhado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Foi o pai do policial quem registrou o boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento. Ele afirmou aos investigadores que o filho possui transtorno bipolar e não estava bem há duas semanas.

Vale ressaltar que o investigador estava em período de férias quando desapareceu.

A reportagem procurou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) para obter informações adicionais, mas não obteve pronunciamento.

Este caso de desaparecimento nos faz lembrar de outro caso trágico envolvendo uma policial militar. Juliane dos Santos Duarte, de 27 anos, desapareceu na madrugada de 2 de agosto de 2018, após ir a um bar em Paraisópolis. Seu corpo foi encontrado quatro dias depois dentro de um carro estacionado nas proximidades da ponte do Socorro, zona sul de São Paulo, a cerca de 8,5 km de onde ela foi vista pela última vez.

Os exames periciais apontaram que Juliane morreu entre 24 e 48 horas antes da localização do corpo. Testemunhas relataram que a policial foi levada por criminosos ainda com vida, durante a madrugada de quinta-feira, de um bar na favela. Ela teria permanecido sob o domínio dos criminosos enquanto decidiam seu destino, em um tipo de “tribunal do crime”.

No momento do desaparecimento, Juliane foi abordada por um grupo de homens encapuzados e armados, após ter seu celular roubado e se identificar como policial. Era sua primeira noite de férias. Após o desaparecimento, tanto policiais civis quanto militares realizaram buscas na região da comunidade, com o auxílio de carros e helicópteros.

O então corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, informou que a motocicleta que Juliane estava usando no dia do desaparecimento foi encontrada em Alto de Pinheiros, zona oeste da cidade.

Juliane era policial militar há dois anos.

É uma situação preocupante e triste quando policiais desaparecem e são encontrados em circunstâncias trágicas. O desaparecimento do investigador e a lembrança do caso da policial militar reacendem o debate sobre a segurança dos agentes de segurança e a constante violência enfrentada por eles no exercício de suas funções.

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