Moreira afirmou em entrevista coletiva que “Delgatti apresentou ao delegado que preside a investigação um áudio onde essa pessoa, a assessora da Zambelli, faz promessa de pagamento”. Essa nova revelação vem após o depoimento prestado por Delgatti à PF na quarta-feira (16), em que o hacker já havia mencionado a conversa com a assessora da deputada, porém, sem revelar seu nome.
No depoimento anterior, Delgatti afirmou ter recebido R$ 40 mil de Carla Zambelli para invadir o sistema do CNJ e inserir documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão. Entre esses documentos, estaria um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A deputada nega veementemente as acusações.
Ariovaldo Moreira também revelou que Delgatti omitiu informações importantes em seu depoimento à PF na quarta-feira, mas que as compartilhou com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) na quinta-feira, pois o delegado federal responsável pelo inquérito não considerou essas informações relevantes.
O advogado ainda informou que Delgatti não descarta a possibilidade de fazer um acordo de delação premiada. Quando questionado sobre o que o hacker teria a oferecer em troca de vantagens após fornecer tantas informações, Moreira respondeu que Delgatti tem colaborado com as autoridades para obter “indícios de provas”.
Moreira ressaltou que há indícios de provas, já que não há dúvidas de que Delgatti esteve com o presidente Jair Bolsonaro, conforme afirmou o filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro. A defesa acredita que existem câmeras e imagens no Ministério da Defesa que poderiam comprovar a presença de Walter Delgatti no prédio, nas datas e horários informados por ele.
A Agência Brasil entrou em contato com a assessoria da deputada Carla Zambelli e aguarda um posicionamento da parlamentar. Zambelli encontra-se internada em um hospital particular em Brasília desde terça-feira (15) devido a uma diverticulite, condição que inflama partes do trato gastrointestinal.
