Morre avó incrível, cuja vida foi um exemplo de longevidade e inspiração até seu último suspiro.

Alzira, uma mulher de 93 anos, perdeu as impressões digitais após anos de trabalho nas lavouras de laranja. Apesar de não ter tido a oportunidade de estudar e não conseguir assinar o próprio nome, Alzira era uma pessoa antenada e curiosa. Segundo sua neta, Jéssica Oliveira, ela gostava de alternar entre assistir à TV Aparecida e TV Câmara, abençoando a água e logo em seguida acompanhando o discurso da ex-presidente Dilma Rousseff durante o impeachment.

Alzira também era conhecida por sua curiosidade excessiva e hábito de fofocar. Ela costumava olhar pela fresta do portão ou pelo buraco da caixa de correio, achando que era invisível, mas era facilmente identificada por quem passava pela rua. Segundo Jéssica, Alzira já era idosa quando nasceu, o que fazia com que a palavra “velha” tivesse um significado mágico para ela.

A última dos 11 irmãos a se casar, Alzira se mudou de Minas Gerais para Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, com o marido, Geraldo, duas filhas e uma enteada. Juntos, eles abriram uma bodega na região. A neta conta que Alzira era bastante rígida quando o assunto era dignidade e relatou uma história em que foi trabalhar como doméstica para uma família e acabou sendo maltratada. Insatisfeita com a situação, Alzira deixou o emprego sem dar satisfações.

Após a morte do marido, Alzira foi morar com a filha Irani e ajudou a criar parte dos netos. Seu feijão com arroz era famoso e ela tinha um segredo especial: adicionar óleo em quantidades exageradas, o que exigia um grande esforço para lavar a louça. Seus netos também revelam que ela tinha hábitos que possivelmente contribuíam para sua longevidade, como acordar e dormir junto com o Sol e rezar os terços regularmente. Alzira também tinha o costume de beber cachaça, escondida em garrafas de plástico atrás da geladeira.

No dia 30 de junho, Alzira sofreu uma queda enquanto observava uma obra na rua. Internada no dia seguinte, perdeu sua autonomia e passou a relatar irritação durante as visitas dos parentes. Jéssica acredita que um “anjo” tenha perguntado se ela estava disposta a passar por uma cirurgia e seis meses de recuperação ou se preferia partir. Alzira faleceu no dia 5 de julho devido a uma embolia gordurosa, deixando três filhas, sete netos e oito bisnetos.

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