No entanto, devido à invasão da Ucrânia pela Rússia, Putin optou por não comparecer pessoalmente ao evento, sendo representado pelo ministro das Relações Exteriores do país, Serguei Lavrov. A África do Sul, por ser signatária do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional (TPI), teria a obrigação de prender Putin caso ele estivesse presente, devido a um mandado de prisão expedido contra o presidente russo pelo tribunal.
Enquanto Lula elogiou Lavrov como um diplomata importante, ele ressaltou o desejo de discutir pessoalmente com Putin assuntos globais como a paz e a luta contra a desigualdade. Além disso, o presidente brasileiro também mencionou os pedidos de admissão de 22 países ao bloco, que contam com o patrocínio da China, principal interessada na expansão do Brics para ampliar sua influência global.
No entanto, o ex-embaixador do Brasil em Londres e Washington, Rubens Barbosa, argumentou que a expansão do bloco prejudicaria o Brasil. Ele destacou que o país é o único do Brics com padrão de votação diferenciado na questão da Ucrânia, o que geraria um isolamento ainda maior dentro do grupo caso haja a incorporação de um grande número de novos membros.
Além disso, Lula mencionou a possibilidade de criação de uma moeda do Brics como forma de reduzir a dependência do dólar nas transações comerciais. No entanto, tanto a Rússia quanto outros membros do grupo questionam a viabilidade dessa proposta no curto prazo.
Cabe destacar que a participação do Brasil no bloco e as discussões sobre sua expansão e criação de uma moeda própria são temas relevantes para a política internacional e têm impactos tanto regionais quanto globais. A Cúpula do Brics em Durban será um momento importante para que os líderes discutam essas questões e busquem soluções conjuntas para fortalecer o bloco e promover a cooperação entre os países.
