CPI das Pirâmides Financeiras planeja reconvocar Ronaldinho Gaúcho e sócios da 18K em meio às investigações.

No dia 22 de agosto de 2023, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras, deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ), anunciou que reconvocará o ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, fundador e sócio-proprietário da empresa 18K Ronaldinho. Além de Ronaldinho, também serão reconvocados seu irmão, Roberto Moreira, e Marcelo Lara, co-fundador da empresa. Os três não compareceram à comissão nesta terça-feira (22).

Apesar de terem apresentado um habeas corpus à CPI, que lhes garantia o direito de permanecerem em silêncio, o documento não os desobrigava de prestarem depoimento. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), assinou o habeas corpus, levando em consideração o direito dos depoentes de não produzirem provas contra si próprios.

Diante da ausência dos envolvidos, o presidente da CPI afirmou que fará uma nova convocação para a próxima quinta-feira, 24 de agosto, às 10 horas. Caso não compareçam novamente, o poder coercitivo da CPI será usado para fazê-los comparecerem.

O relator da CPI, deputado Ricardo Silva (PSD-SP), considera a ausência dos depoentes como uma irregularidade. Ele ressalta que a CPI ouviu até mesmo depoimentos de presos dentro de penitenciárias e que o tratamento deve ser isonômico para todos os convocados. O deputado destaca que Ronaldinho e seus sócios têm muito a falar e espera que na próxima quinta-feira possam ser ouvidos pela comissão.

Os requerimentos de convocação dos depoentes mencionam que a 18K Ronaldinho atua com trading e arbitragem de criptomoedas, prometendo rendimentos de até 2% ao dia para os clientes. No entanto, segundo a imprensa, a empresa não repassa aos clientes a custódia das moedas virtuais. Ronaldinho alega que teve sua imagem usada indevidamente e também teria sido lesado, mas o relator da CPI destaca que em 2020 ele se tornou réu em uma ação que pleiteia R$ 300 milhões por prejuízos a investidores.

Além da convocação de Ronaldinho Gaúcho e seus sócios, a reunião desta terça-feira da CPI também ouviu o presidente do Santos Futebol Clube, Andrés Rueda. Ele respondeu a questionamentos sobre o contrato do Santos com a Blaze, principal patrocinadora do clube. A Blaze é uma empresa de cassino e apostas esportivas on-line sediada em Curaçao, no Caribe.

Rueda informou que a Blaze foi indicada por Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar Jr., por meio da empresa MM Consultoria. Ele destacou que a MM Consultoria recebeu uma comissão de 10% no negócio. O contrato entre o Santos e a Blaze tem duração de dois anos, com valor total de R$ 45 milhões, sendo R$ 25 milhões pagos à vista e parcelas mensais de R$ 869 mil.

No entanto, o presidente do Santos chamou a atenção dos deputados ao afirmar que desconhece os donos da Blaze. Ele informou que no contrato, as pessoas que assinam como representantes da Blaze são Cindy e Lily, mas ele não tem informações sobre se são donos ou prepostos da empresa. Confrontado pelos parlamentares sobre os processos judiciais acumulados pela Blaze e a dificuldade em localizar seu proprietário, Rueda se comprometeu a pedir explicações à empresa e encaminhar o contrato de patrocínio à CPI.

A próxima audiência da CPI está marcada para a próxima quinta-feira e espera-se que Ronaldinho Gaúcho, seus sócios e representantes da Blaze compareçam para prestarem esclarecimentos sobre as investigações em curso. A CPI das Pirâmides Financeiras busca apurar fraudes envolvendo empresas que trabalham com criptomoedas e promessas de altos rendimentos aos investidores.

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