Roubar itens em museus é simples?

A notícia do roubo de tesouros do Museu Britânico, em Londres, chamou a atenção para a necessidade de compreender as barreiras existentes para impedir esse tipo de crime. O museu rescindiu o contrato de um membro da equipe após a constatação do desaparecimento dos itens e a polícia iniciou uma investigação. Os objetos roubados eram usados para fins de pesquisa e não estavam em exposição recentemente.

Segundo especialistas em recuperação de arte, os roubos em museus são ocorrências comuns, e os destinos desses itens roubados podem variar desde a venda no mercado clandestino até o derretimento de antiguidades. Muitas vezes, esses itens roubados são comercializados por valores muito abaixo de seu valor original.

De acordo com Christopher Marinello, advogado e fundador da Art Recovery International, os roubos de artefatos acontecem “todos os dias em todo o mundo”. No entanto, ele afirma que é “chocante” quando grandes instituições como o Museu Britânico são pegas desprevenidas. O museu já sofreu roubos antes, como em 2002, quando uma estátua grega foi roubada por um visitante. Na época, o museu não possuía um guarda fixo na área de onde a estátua foi roubada.

Apesar desses casos, os museus investem em medidas de segurança para proteger seus tesouros. O Museu de História Natural, por exemplo, possui uma enorme coleção de objetos guardados atrás de portas fechadas. A maioria dos itens do Museu Britânico também não está em exposição pública. As instituições no Reino Unido devem seguir requisitos de segurança para receberem a credenciação do Arts Council.

Alice Farren-Bradley, que gerencia a rede global de segurança de museus, destaca que os artefatos mais delicados são guardados em depósitos de armazenamento profundos. Além disso, os museus utilizam sistemas de segurança como sensores eletrônicos, circuito fechado de televisão (CFTV) e controle de acesso por cartões magnéticos. No entanto, esses sistemas só funcionam se forem monitorados adequadamente. Também pode haver casos de roubo interno, em que os funcionários roubam objetos e alteram registros para encobrir o crime.

Embora as casas de leilões respeitáveis retenham itens roubados, há o mercado clandestino onde esses objetos são vendidos com descontos. Marinello destaca que alguns leiloeiros estão mais interessados em ganhar comissões do que verificar a legitimidade dos itens.

Os roubos de artefatos podem ser motivados por ganho financeiro, falta de monitoramento ou influência externa. Além disso, alguns funcionários podem roubar itens por apego pessoal.

Em suma, os roubos em museus são ocorrências comuns, mesmo que as instituições implementem medidas de segurança. Os museus estão em constante busca por formas de proteger seus tesouros, mas é necessário um monitoramento adequado e investimento em recursos para investigar casos de roubo. O mercado clandestino também contribui para a circulação de itens roubados, e alguns leiloeiros podem estar dispostos a vender esses objetos sem verificar sua procedência.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo