Em pronunciamento recente, o Ministro da Defesa solicita informações sobre encontros entre militares e hackers.

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, revelou que enviou um ofício ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando os nomes dos militares das Forças Armadas que teriam se reunido com o hacker Walter Delgatti Netto. Essa informação foi divulgada após Múcio se encontrar com o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues.

Segundo Delgatti, durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, o objetivo da reunião com os servidores da Defesa era elaborar um relatório sobre a segurança das urnas eletrônicas e obter informações sobre o código-fonte do equipamento. O hacker afirmou que orientou os militares responsáveis pela produção do documento, entregue em novembro de 2022.

No entanto, após as declarações de Delgatti na CPI, o ministro Múcio enviou um ofício à PF solicitando informações sobre o caso. No entanto, foi informado de que o processo está em segredo de Justiça e que apenas o ministro Alexandre de Moraes poderia fornecer essas informações. Diante disso, Múcio enviou seu pedido ao ministro Moraes e aguarda uma resposta.

Delgatti revelou também que esteve cinco vezes no Ministério da Defesa, entrando pela porta dos fundos do prédio, e que se reuniu com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, e com servidores ligados à área de Tecnologia da Informação. Ele ainda afirmou que os técnicos do Ministério repassavam a ele as informações colhidas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que a análise do código-fonte da urna eletrônica só poderia ser feita lá. O hacker garantiu que o relatório das Forças Armadas foi totalmente orientado por ele.

Diante dessas revelações, o ministro Múcio determinou a análise das câmeras de segurança do prédio-sede do Ministério da Defesa, mas não foram encontrados registros de entrada de Delgatti ou de suas reuniões com militares. Múcio afirmou que não pretende tornar todos no Ministério suspeitos e que abertura de procedimentos de investigação internos só acontecerá quando os nomes dos envolvidos forem oficialmente divulgados.

O ministro também tranquilizou a população, afirmando que o ambiente nos quartéis é de absoluta serenidade e que as Forças Armadas estão dispostas a colaborar com as investigações, separando os culpados dos inocentes. Para Múcio, é como em um time de futebol, onde um jogador indisciplinado é expulso e o jogo continua.

Por fim, a reunião entre Múcio e Andrei Rodrigues teve como objetivo formalizar um convite ao diretor-geral da PF para participar do evento de celebração do Dia do Soldado, que ocorrerá em breve. Múcio destacou a importância da presença de Rodrigues e de todo o governo nesse evento, para mostrar à sociedade que todos estão unidos em prol da defesa nacional.

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