Novo estudo revela que Amazônia sofreu devastação equiparável à do poderoso evento climático ‘El Niño Godzilla’ em apenas dois anos.

A região amazônica tem sofrido severamente com os impactos do fenômeno climático El Niño. Nos anos de 2015 e 2016, os efeitos do El Niño resultaram em meses de seca, incêndios florestais desenfreados, destruição da mata e altos níveis de emissões de dióxido de carbono (CO2). Esses recordes negativos se repetiram novamente em 2019 e 2020.

No entanto, a pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que o fenômeno climático não foi o responsável pelo aumento do desmatamento, dos incêndios e das emissões de CO2 na região amazônica durante esse último período. O principal motivo foi o desmonte das políticas ambientais implementadas nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, quando o Ministério do Meio Ambiente foi entregue a Ricardo Salles.

O desmantelamento de órgãos como o Ibama e a Funai e a falta de medidas efetivas para combater o desmatamento levaram o Brasil a se tornar um pária mundial em questões ambientais. Essa análise é apoiada por estudos e dados diversos produzidos nos últimos anos.

A pesquisa do Inpe revela que as emissões de CO2 na região amazônica atingiram picos alarmantes nos anos de 2015 e 2016, com a liberação de 1,9 bilhão e 2,2 bilhões de toneladas de CO2, respectivamente. No entanto, nos anos de 2019 e 2020, as emissões ainda alcançaram números preocupantes, com 1,6 bilhão e 1,9 bilhão de toneladas de CO2 emitidas, respectivamente.

O desmatamento e as queimadas foram os principais responsáveis por esse aumento das emissões. O crescimento do desmatamento na região oeste da Amazônia, que antes era mais preservada, contribuiu significativamente para o aumento das emissões de CO2. Os estados de Mato Grosso e Pará foram identificados como os maiores emissores.

O estudo também destaca a importância de medidas além do combate ao desmatamento. Reflorestar as áreas perdidas e estabelecer um monitoramento efetivo são ações fundamentais para combater as mudanças climáticas. O Brasil assumiu o compromisso de reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 50% até 2030, mas ainda há um longo caminho a percorrer para cumprir essa meta.

A situação na região amazônica também tem consequências para outras partes do Brasil e até mesmo para o Sudeste do país. O fenômeno dos “rios voadores” é conhecido desde a década de 1970, e consiste na migração de grandes massas de ar úmidas da Amazônia para o Sudeste, levando chuvas para a região. O desmatamento e as mudanças climáticas podem interromper esse ciclo vital, causando impactos significativos.

Os resultados dessa pesquisa do Inpe são alarmantes e mostram a urgência de ações efetivas para combater o desmatamento e as emissões de CO2 na região amazônica. O Brasil precisa intensificar seus esforços para cumprir suas metas do Acordo de Paris e proteger esse ecossistema crucial para o equilíbrio climático global.

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