Avião de Prigozhin apresentava histórico de segurança duvidoso, levantando questionamentos sobre sua idoneidade.

Um avião executivo da Embraer, modelo Legacy 600, caiu na Rússia recentemente, resultando na morte das dez pessoas a bordo, incluindo o chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, segundo autoridades russas. O acidente registrado é o único ocorrido em mais de 20 anos de serviço da aeronave, e não foi relacionado a falhas mecânicas.

A Embraer afirmou estar ciente da queda do avião, mas alegou não ter mais informações sobre o caso, além de não prestar serviços de suporte ao jato desde 2019. A empresa ressaltou também que tem seguido as sanções internacionais impostas à Rússia, que impedem fabricantes de aeronaves ocidentais de fornecer peças ou suporte para aviões operados no país.

Conforme informações do rastreador online Flightradar24, o Embraer Legacy 600, que supostamente transportava Prigozhin, saiu do radar às 18h11 (horário local). Um vídeo não verificado, divulgado nas redes sociais, mostra uma aeronave semelhante a um jato particular caindo do céu.

O avião, fabricado em 2007, já estava sob sanções do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos desde 2019, quando foi listado como M-SAAN. Segundo comunicado do governo dos EUA, Prigozhin e seus associados estavam envolvidos na compra do jato particular, que estava registrado em nome da empresa Autolex Transport, citada como colaboradora do chefe do grupo Wagner.

O Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Tesouro dos EUA tomou medidas contra Prigozhin por suposta tentativa de influenciar as eleições de 2018 nos Estados Unidos. Os códigos de identificação da aeronave envolvida no acidente correspondem aos do avião com número de cauda RA-02795, listado no Registro de Aeronaves Russo.

No mês passado, o Embraer Legacy 600 foi visto voando da Rússia para Belarus após um motim fracassado do grupo Wagner, provavelmente transportando Prigozhin para Minsk.

O modelo Legacy 600 entrou em serviço em 2002 e cerca de 300 unidades foram fabricadas até o fim de sua produção em 2020. O único acidente registrado envolvendo essa aeronave ocorreu em 2006, quando colidiu com um Boeing 737-800 da Gol. A aeronave comercial da Boeing caiu, resultando na morte de todos os 154 passageiros, enquanto o avião da Embraer conseguiu pousar sem causar vítimas. Relatórios apontaram falhas de comunicação e controle de tráfego aéreo como responsáveis pela colisão.

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