Início do despejo das águas radioativas de Fukushima no mar gera preocupações e debates sobre seus possíveis impactos.

O Japão deu início, nesta quinta-feira (24), ao processo de liberação da água radioativa tratada proveniente da usina nuclear destruída de Fukushima para o Oceano Pacífico. Essa decisão gerou uma grande polêmica e, como consequência, a China anunciou a proibição imediata de todos os produtos do mar japoneses.

De acordo com a alfândega chinesa, o país está “altamente preocupado com o risco de contaminação radioativa trazida pelos alimentos e produtos agrícolas do Japão”. Essa preocupação se deu após o governo japonês ter assinado um plano há dois anos e ter recebido a autorização do órgão de vigilância nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) no mês passado. A descarga da água tratada é um passo fundamental no processo de descomissionamento da usina, que foi destruída por um tsunami em 2011.

A operadora responsável, a Tokyo Electric Power (Tepco), informou que a liberação da água começou às 13h03 do horário local e, até o momento, não foram identificadas nenhuma anormalidade. No entanto, a China reforçou sua oposição ao plano e declarou que o governo japonês não forneceu provas de que a água liberada é segura.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China emitiu uma nota afirmando: “O lado japonês não deve causar danos secundários à população local e mesmo mundial devido aos seus interesses egoístas”. Tóquio, por sua vez, criticou a China por espalhar “afirmações cientificamente infundadas”. O governo japonês alega que a liberação da água é segura, citando que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) também chegou à conclusão de que o impacto nas pessoas e no meio ambiente é “insignificante”.

Diante dessa situação, o Japão solicitou a suspensão imediata da proibição de importação de frutos do mar pela China e pediu uma discussão sobre o impacto da liberação da água baseada em evidências científicas. O país asiático exportou cerca de US$ 600 milhões em produtos aquáticos para a China em 2022, tornando-se o maior mercado para as exportações japonesas, com Hong Kong ocupando o segundo lugar.

A primeira descarga de água residual, que totalizará 7,8 mil metros cúbicos – o equivalente a cerca de três piscinas olímpicas de água –, ocorrerá ao longo de aproximadamente 17 dias. É importante destacar que a reprodução deste conteúdo é proibida.

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