De 2008 a 2018, a pobreza no Brasil foi reduzida, com 38 milhões de brasileiros conquistando melhores condições de vida.




Artigo – Redução da pobreza no Brasil

Redução da pobreza atinge quase 38 milhões de brasileiros, segundo dados do IBGE

De acordo com uma nova estatística apresentada pelo IBGE nesta sexta-feira (25), a fatia da população do país exposta a alguma dimensão de pobreza, independente da renda, diminuiu de 44,2% para 22,3% entre os anos de 2008 e 2018.

Os números mostram que, nesse período, o país registrou uma melhoria nas condições de vida de quase 38 milhões de brasileiros, levando o número de pessoas consideradas pobres de 84,1 milhões para 46,2 milhões.

Essa é a primeira vez que o IBGE divulga a evolução dos indicadores não monetários de pobreza e qualidade de vida no Brasil, ainda de forma experimental.

Os dados foram coletados através da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que entrevistou 65 mil pessoas presencialmente em suas residências, distribuídas proporcionalmente em relação à população de cada estado. A pesquisa foi realizada duas vezes, entre 2008 e 2009, e entre 2017 e 2018.

Vale ressaltar que essa análise foi realizada antes do início da pandemia da Covid-19, que pode ter causado impactos nos indicadores utilizados para medir a pobreza e vulnerabilidade.

Para medir o grau de pobreza com base nessa nova variável, o IBGE criou um novo índice, chamado Índice de Pobreza Multidimensional não Monetário (IPM-NM). Esse índice caiu de 6,7 em 2008-2009 para 2,3 em 2017-2018. Quanto menor o índice, melhor é a qualidade de vida da população.

Apesar da melhoria geral, a análise por critérios de cor e gênero da pessoa de referência da família mostra que as desigualdades persistem. O IPM-NM para brancos diminuiu 62,1%, de 3,3 para 1,1, enquanto para pretos e pardos a queda foi de 66,6%, de 9,6 para 3,2. Entre os homens, o índice de pobreza reduziu 68,5%, de 6,6 para 2,1, e entre as mulheres a queda foi de 60,9%, de 6,8 para 2,7.

Apesar de não haver uma série histórica mais longa para uma melhor compreensão desses indicadores, é evidente uma relevante melhora na situação.

De acordo com Leonardo Oliveira, gerente da pesquisa, essas melhorias estruturais refletem um novo país desde 2008-2009, resultado de políticas públicas e da própria sociedade se estruturando a longo prazo.

O objetivo do IBGE ao iniciar uma série estatística que desconsidera a renda para avaliar a pobreza é evitar distorções pontuais que podem ocorrer devido à remuneração no momento da pesquisa.

O estudo para identificar o grau de pobreza e vulnerabilidade avalia cerca de 50 indicadores não monetários, divididos em seis dimensões: moradia, acesso aos serviços de utilidade pública, saúde e alimentação, educação, acesso aos serviços financeiros, padrão de vida e tempo gasto com transporte e lazer.

Segundo esses critérios, uma pessoa que está temporariamente sem renda ainda pode ser excluída da lista de pobreza, caso tenha acesso a condições satisfatórias em três ou mais dimensões avaliadas.

Para melhor compreender os efeitos da pandemia sobre a condição das famílias, o IBGE planeja iniciar uma nova POF em 2023.


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