A legalização da maconha nos EUA resulta em impostos arrecadados de pelo menos US$ 3 bilhões, revela relatório.

Enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) avalia a descriminalização das drogas no Brasil, estados americanos têm alcançado lucros bilionários ao taxar o comércio da maconha. Segundo dados do Centro de Estudos Tributários do Urban Institute e da Brookings, esses estados já acumularam um faturamento de US$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 14 bilhões) apenas em impostos específicos sobre cannabis para fins recreativos no ano fiscal de 2022.

Esses números demonstram a força econômica e o potencial de arrecadação dessa indústria. Enquanto no Brasil, no ano passado, o imposto sobre herança (ITCMD) arrecadou apenas R$ 10,7 bilhões, nos Estados Unidos, esse valor já ultrapassa a marca dos bilhões apenas com a legalização e tributação da maconha.

A possibilidade de tributar a maconha tem sido um dos principais argumentos a favor da legalização do seu comércio. Nos Estados Unidos, esses recursos estão sendo utilizados para financiar desde áreas como educação e infraestrutura rodoviária até programas de prevenção ao abuso de substâncias e apoio às comunidades negras, historicamente afetadas de forma desproporcional pela política de guerra às drogas.

Dentre os estados americanos, a Califórnia é o que mais lucra com a tributação da maconha em termos absolutos, alcançando US$ 774 milhões. Entretanto, em termos proporcionais às demais receitas, essa cifra representa apenas 0,3% do total arrecadado no estado. Em contrapartida, estados como Colorado e Nevada têm o maior percentual de arrecadação com a venda da droga, atingindo 1,7% da receita total.

É importante ressaltar que a legalização da maconha para uso recreativo já é uma realidade em 23 estados americanos e no Distrito de Columbia. Desses, 20 possuem legislação em vigor para taxar a droga. Cada estado adota uma abordagem diferente na tributação, que pode ser baseada no preço de venda, no peso ou na potência do produto.

Enquanto a cobrança baseada no preço é mais simples de implementar, ela também torna os estados mais vulneráveis às variações de preço no mercado. Por outro lado, a cobrança baseada no peso é mais estável, mas também mais complexa e suscetível a fraudes. Já a cobrança baseada na potência busca desestimular o uso de formas mais potentes da droga, mas também requer uma análise mais sofisticada.

Os especialistas apontam que ainda é um desafio encontrar o método ideal de tributação da maconha. A cobrança por peso é estável, mas complexa, enquanto a cobrança baseada no preço é mais simples, mas vulnerável às oscilações de preço. Além disso, taxas gerais sobre transações, como a compra de uma roupa, também podem incidir sobre as vendas da maconha.

Apesar disso, os números mostram o potencial econômico da indústria da maconha e a importância de se discutir e regulamentar a legalização e tributação no Brasil. Enquanto o STF analisa a descriminalização das drogas, é fundamental observar as experiências de outros países e estados para embasar essa discussão e tomar decisões que considerem tanto os aspectos sociais como os econômicos envolvidos.

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