Livro de Greta, um obstáculo para os negacionistas, se torna um desafio instigante na batalha contra o aquecimento global.

Greta Thunberg lança livro impactante sobre a crise climática


                    

Greta Thunberg lançou um livro que vai deixar os negacionistas de calças curtas. De bermudas. De tanga. De fio-dental. Mas para isso é preciso que os negacionistas façam algo que não costumam fazer: ler. Sim, estou afirmando que os negacionistas são desinformados. E os que não são, estão cheios de má intenção.

Há setores ganhando muito dinheiro com a destruição ambiental. O que explica seguirmos nesta trilha, mesmo quando recordes de temperatura, incêndios, derretimento de geleiras e outros fenômenos explicitam a crise, mesmo quando já é possível uma transição para a energia limpa. São esses mesmos setores que compactuam com a indústria de fake news negacionista, sustentáculo necessário para que o projeto de destruição siga em modo on.

Neste cenário de lusco-fusco de informações, “O livro do Clima”, de Greta Thunberg, chega como uma luz. Inclusive para aceitacionistas como eu, que também têm muito o que aprender sobre essa crise, a maior de toda a história, justamente por ser a única que engloba todas as espécies do planeta. E por ser aquela que definirá em que tipo de cenário viveremos nos próximos anos.

Greta fez uma decisão acertada ao não escrever o livro sozinha. Conforme a capa diz, a obra foi “criada” pela ativista. O que ela fez foi convidar mais de cem especialistas para escrever textos sobre o clima – geofísicos, oceanógrafos, meteorologistas, economistas, matemáticos, filósofos, entre outros – com linguagem descomplicada, à prova de leigos.

Os textos são costurados por outros, da autora, escritos com o coração de quem ainda vai viver por décadas nesta Terra.

Como Thunberg ressalta na introdução, não há nenhum planeta vizinho para nos salvar. “Ainda há esperança, mas apenas se mudarmos de rumo agora”. A angústia da autora é corroborada por Tasmin Edwards, climatóloga do King’s College London e uma das principais responsáveis ​​pelos relatórios do IPCC, que mostra, por meio de infográficos, o que acontecerá em cada grau adicional que adicionarmos à atmosfera.

Não estamos falando do futuro, mas do presente. Como apontado em um texto sobre a Amazônia, a temperatura na região já aumentou 1ºC nos últimos anos e o desmatamento está próximo do ponto de não retorno, quando a floresta deixará de funcionar como hoje, causando resultados drásticos e comprometendo ainda mais o já difícil de cumprir Acordo de Paris – com a queda na fiscalização no governo Bolsonaro, estima-se que as emissões tenham dobrado nos anos de 2019 e 2020. E agora há a possibilidade de exploração da Foz do Amazonas (mais petróleo), quando o Brasil poderia estar liderando com energia 100% limpa.

Devemos entrar em pânico? Apenas um tufo. O livro também mostra que essa crise, como quase todas as outras, é uma oportunidade para arrumarmos a casa.

A fatia dos 1% mais ricos do mundo produz o dobro de carbono que a metade mais pobre da humanidade. A crise climática expõe um sistema desigual, baseado em uma ideia inviável de crescimento constante. Sistema que está clamando por ser refeito sob a nova régua da justiça climática.

O livro apresenta dezenas de caminhos para isso. E, no final, uma lista diz o que cada indivíduo pode fazer, como por exemplo, discutir a crise, parar de comer carne, evitar viagens aéreas, comprar menos e – adorei esse ponto – defender a democracia. Afinal, o que mais faz diferença no combate às mudanças climáticas são as políticas governamentais. É uma pena que animais e plantas não tenham direito a voto: estaríamos vivendo em um mundo diferente.

 

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