Operação policial no litoral de SP resulta em 23 mortos, aumentando o número de vítimas fatais.

No dia em que completou um mês, a Operação Escudo, ação policial em andamento na Baixada Santista, registrou sua 23ª morte. Um adolescente de 15 anos foi morto após reagir a uma abordagem policial no Jardim Três Marias, em Guarujá, na manhã desta segunda-feira (28).

Segundo informações do boletim de ocorrência, policiais militares estavam realizando o policiamento na comunidade quando observaram o adolescente correndo em direção a um mangue. Durante a perseguição, os policiais afirmam que o jovem “apontou uma arma de fogo na direção da equipe, que reagiu”.

O adolescente foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Durante a revista em sua mochila, foram encontradas porções de drogas, uma pistola, carregadores, munições, um rádio e um celular.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), todos os casos de morte decorrente de intervenção policial são investigados minuciosamente pela DEIC de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar. A secretaria também informou que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa mobilizou policiais civis e técnicos-científicos para auxiliar nas investigações, compartilhando todo o conjunto de provas, incluindo as imagens das câmeras corporais, com o Ministério Público e o Poder Judiciário.

Operação é a mais letal da PM em mais de 30 anos

A Operação Escudo é considerada a mais letal da Polícia Militar paulista desde o massacre do Carandiru. Ela foi iniciada no final de julho, após o assassinato do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota. Moradores da região denunciaram casos envolvendo pessoas desarmadas, além de relatos de invasões de casas por policiais mascarados, ameaças e indícios de tortura. O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou as acusações e afirmou não haver evidências de abusos.

Imagens das câmeras corporais dos policiais militares, enviadas ao Ministério Público de São Paulo, revelaram confrontos com criminosos em apenas três dos 16 casos iniciais em que ocorreram mortes, entre os dias 28 de julho e 2 de agosto.

Por aproximadamente duas semanas, a operação na Baixada Santista não registrou nenhuma morte. No entanto, no último dia 15, um delegado da Polícia Federal foi baleado e, segundo a entidade, encontra-se em estado grave. Após o ataque ao agente federal, sete pessoas já foram mortas em ações da PM.

“A operação segue para sufocar o tráfico de drogas e combater o crime organizado. Até a última sexta-feira (25), já foram presas 621 pessoas, sendo 236 foragidos da Justiça. Além disso, foram apreendidas 82 armas e 895 kg de entorpecentes”, informou a Secretaria de Segurança Pública.

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