Jamil Chade defende que para democratizar a cultura é necessário direcionar o olhar para o interior do país.

O Festival Literário de Paracatu (Fliparacatu), realizado no último fim de semana, trouxe à tona a necessidade de democratização do acesso à cultura e à educação. Foi o que defendeu o jornalista brasileiro Jamil Chade, correspondente em Genebra, durante uma entrevista concedida à jornalista Mara Régia, da Rádio Nacional da Amazônia.

Chade ressaltou que não é possível construir uma democracia sem investir em educação e cultura, enfatizando que essa construção precisa chegar também aos interiores do Brasil, não se limitando apenas às grandes cidades. Ele elogiou o evento realizado em Paracatu, destacando o interesse dos moradores da cidade e dos arredores pelas temáticas culturais e de direitos humanos abordadas.

A presença de autores renomados, como Conceição Evaristo e Mia Couto, também chamaram a atenção de Chade, que elogiou a postura dos escritores em estarem sempre dispostos a ouvir. O festival contou com a participação de 70 escritores, sendo que 30% deles eram negros. Conceição Evaristo foi a autora homenageada e as premiadas Livia Sant’anna Vaz e Eliana Alvez Cruz também estiveram presentes.

O evento, que aconteceu no Centro Histórico de Paracatu, reuniu representantes da literatura brasileira e lusófona. Mia Couto, escritor moçambicano, também foi homenageado. Estima-se que cerca de 24 mil pessoas tenham participado das palestras e mesas do festival, que abordaram temas como ancestralidade, arte, literatura, direitos humanos, liberdade, democracia, respeito e combate ao racismo.

A luta contra o racismo foi uma das principais temáticas do evento, conforme afirmou o curador do festival, Afonso Borges. Ele destacou a relação entre o enfrentamento ao racismo, a desigualdade social, a violência e a democracia, temas presentes nas obras dos autores que passaram pelo evento. Borges expressou sua esperança quanto à próxima edição do Fliparacatu, ressaltando a expectativa da população.

Mesmo após o encerramento do evento, as palestras podem ser conferidas no canal do YouTube do Fliparacatu, possibilitando que um público ainda maior tenha acesso ao conteúdo discutido durante o festival. Através desse meio digital, as ideias e reflexões compartilhadas durante o evento podem continuar a influenciar um número cada vez maior de indivíduos interessados em cultura, educação e combate ao racismo.

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