Uma falha no equipamento da usina foi responsável pelo apagão, segundo dados revelados pelo ONS.

No último dia 15, um apagão energético deixou cerca de 29 milhões de brasileiros sem energia em quase todo o país. Agora, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, revelou que o sistema de proteção de uma usina demorou mais tempo do que o previsto para entrar em ação, gerando uma sobrecarga que resultou no apagão.

Essa avaliação foi possível com base nas informações fornecidas pelos agentes do setor elétrico, que mostraram o tempo que o regulador de tensão da usina demorou para entrar em ação. Segundo Ciocchi, o equipamento deveria ter demorado apenas 15 milissegundos para entrar em ação, mas demorou entre 80 e 100 milissegundos.

Os especialistas do setor tentaram reconstituir os eventos que antecederam o apagão em simuladores, mas não conseguiram obter o desligamento das fontes geradoras no tempo indicado nos projetos. Foi só ao receber a informação de que o equipamento da usina pode ter demorado mais tempo para entrar em ação que os técnicos conseguiram reproduzir o evento.

Segundo Ciocchi, essa demora na ativação do sistema de proteção foi a causa de uma série de outros eventos, como aberturas de linhas, que levaram à desconexão que afetou todo o Brasil. Ele ressaltou que a causa principal do apagão foi o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá-Fortaleza, que ocorreu milissegundos antes da pane momentânea no sistema.

No entanto, o diretor-geral do ONS destacou que o sistema brasileiro é projetado para resistir a uma perda simples como essa e possui redundâncias de proteção. Ele classificou o apagão como um “fenômeno completamente inusitado”.

Após o ocorrido, o serviço de energia foi restabelecido quase integralmente em menos de uma hora nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Nordeste, a recuperação demorou mais, sendo necessário três horas para restabelecer apenas 70% da carga afetada. Já na Região Norte, a recuperação enfrentou mais dificuldades, mas mais de 90% da carga estava recuperada às 15h49.

O ONS irá divulgar um relatório consolidado nas próximas semanas, detalhando as causas e responsabilidades pelo apagão. Enquanto isso, resta às autoridades e especialistas avaliar as informações e propor medidas para evitar a repetição desse tipo de incidente no futuro.

É importante ressaltar que, apesar do impacto significativo em diversas regiões do país, o estado de Roraima não foi afetado, pois seu sistema de energia não está ligado ao do resto do país.

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