Coordenador pedagógico da Secretaria da Educação de SP é exonerado após erros em material didático digital.

O coordenador pedagógico da Secretaria da Educação de São Paulo, Renato Câmara Nunes Dias, foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (6) após a divulgação de erros contidos no material didático digital fornecido aos estudantes da rede estadual de ensino.

Os erros foram descobertos quando a CNN teve acesso a três trechos do conteúdo didático. Logo de início, fica claro que há erros nas disciplinas de história e biologia. Em relação à história, o material afirma erroneamente que o ex-presidente Jânio Quadros proibiu o uso de biquínis nas praias de São Paulo em 1961. No entanto, essa proibição aconteceu nas praias brasileiras quando ele era presidente da República. Além disso, o material também afirma que a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, foi assinada por Dom Pedro II, quando na verdade foi assinada pela Princesa Isabel.

Na disciplina de biologia, o material afirma que doenças como Parkinson e Alzheimer podem ser transmitidas pela água através da ingestão de metais pesados e produtos químicos. No entanto, a causa específica do Alzheimer ainda é desconhecida e a hereditariedade é considerada um fator de risco. No caso do Parkinson, existem estudos que indicam que a exposição a toxinas, como agrotóxicos, pode ter causado o desenvolvimento da doença em algumas comunidades.

O caso gerou repercussão e o Coletivo Educação em Primeiro Lugar, formado por deputados estaduais da oposição em São Paulo, acionou a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado para apurar a situação. A Secretaria da Educação afirmou que o material era editável e os erros já haviam sido corrigidos.

Essa não é a primeira polêmica envolvendo a Educação em São Paulo recentemente. No mês passado, a Secretaria da Educação anunciou que não receberia mais livros didáticos físicos do Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e que usaria conteúdo 100% digital para os alunos a partir do 6º ano do ensino fundamental. No entanto, após a repercussão negativa, o governo decidiu recuar da decisão e disponibilizar o material didático de forma impressa e digital.

Em resumo, os erros contidos no material didático digital fornecido aos estudantes da rede estadual de ensino de São Paulo levaram à exoneração do coordenador pedagógico responsável. Esses erros, que envolvem informações históricas e científicas equivocadas, foram corrigidos, mas geraram repercussão e levaram à abertura de um processo para apurar a situação. Além disso, a Secretaria da Educação também enfrentou críticas em relação à decisão de adotar o conteúdo 100% digital, mas posteriormente decidiu disponibilizar também o material impresso.

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