Brasil investe menos em educação do que países da OCDE, revela relatório Education at a Glance 2023

O Brasil está investindo menos em educação do que os países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de acordo com o relatório Education at a Glance 2023. Lançado nesta terça-feira (12), o relatório apresenta dados sobre a educação em países membros da OCDE e em países parceiros, incluindo o Brasil.

De acordo com o relatório, o Brasil investiu em média US$ 4.306 por estudante em 2020, o equivalente a aproximadamente R$ 21,5 mil. Enquanto isso, os países da OCDE investiram em média US$ 11.560, ou R$ 57,8 mil, por estudante. Esses valores refletem os investimentos feitos em todos os níveis de ensino, desde o fundamental até a educação superior.

Além disso, o relatório revela que os investimentos em educação no Brasil apresentaram redução entre 2019 e 2020. Enquanto a despesa total do governo com educação diminuiu 10,5%, o gasto com todos os serviços aumentou 8,9%. Essa queda pode ser atribuída à pandemia de covid-19, segundo a análise da OCDE.

O relatório destaca a importância do financiamento adequado como pré-requisito para proporcionar uma educação de alta qualidade. A maioria dos países da OCDE investe entre 3% e 4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) no ensino fundamental e médio. No entanto, não há dados disponíveis sobre a porcentagem de investimento brasileira nesta edição do relatório.

A OCDE ressalta que o investimento na educação como percentagem do PIB não reflete necessariamente os recursos disponíveis nos sistemas educativos, uma vez que os níveis do PIB variam entre os países. Além disso, o relatório revela que as despesas por aluno também variam significativamente entre os países da OCDE.

No que diz respeito ao Brasil, o país possui uma meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de investir pelo menos 10% do PIB em educação até 2024. No entanto, de acordo com o último relatório de monitoramento da lei, o investimento brasileiro em educação em 2022 estava em 5,5% do PIB, muito abaixo da meta estabelecida.

O relatório também destaca a necessidade de valorização dos professores. Segundo a OCDE, muitos países enfrentam escassez de profissionais da área de educação devido a salários não competitivos. Em média, os salários reais dos professores do ensino secundário são 10% inferiores aos dos trabalhadores do ensino superior. Essa disparidade pode desencorajar pessoas de seguir a carreira de professor.

No Brasil, o salário dos professores deveria ter sido equiparado ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente até 2020, de acordo com o PNE. No entanto, os salários dos professores continuam desvalorizados, apesar de ter havido um aumento de 65,2% para 82,5% em relação aos salários dos demais profissionais desde 2012.

O relatório Education at a Glance é uma importante fonte de informações sobre a situação da educação em todo o mundo. A edição de 2023 é focada no ensino e na formação profissional e também apresenta um capítulo sobre a integração de refugiados ucranianos nos sistemas educativos dos países da OCDE.

Em suma, o relatório da OCDE mostra que o Brasil ainda precisa investir mais em educação para alcançar os padrões dos países membros da organização. Além disso, a valorização dos professores também é uma questão importante a ser abordada para garantir a qualidade da educação no país.

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