Policial relata ausência de leniência de colegas durante invasão às sedes dos poderes em Brasília, segundo depoimento à CPMI

12/09/2023 – 11:23  

 

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, a cabo Marcela Pinno, da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que atuou na linha de frente no dia da invasão das sedes dos três poderes em Brasília, afirmou que não percebeu comportamento de leniência por parte de outros policiais durante a tentativa de conter os manifestantes.

A pergunta foi feita pelo presidente da CPMI, deputado Arthur Oliveira Maia (União, BA), que comparou a atuação de Marcela Pinno, vista por ele como heróica, com a de outros policiais militares. Durante seu depoimento, ela detalhou como foram os ataques dos manifestantes.

A cabo faz parte da corporação desde 2019 e sempre esteve no Batalhão de Choque. Ela ressaltou que o grau de violência foi diferente desta manifestação em comparação com outras nas quais já atuou. “Nunca, nos últimos quatro anos, testemunhei tamanha agressividade como no 8 de janeiro”, declarou Marcela.

No início de seu depoimento, nesta terça-feira (12), a policial militar relatou que seu grupo chegou ao Ministério da Justiça no dia 8 de janeiro quando já havia manifestantes presentes. A ação dos vândalos forçou o reposicionamento para a cúpula do Congresso, onde, segundo ela, ocorreram os confrontos mais violentos.

Marcela Pinno contou que foi empurrada, agredida com chutes e arrastada pelo escudo, mas estava protegida pelo capacete blindado que estava usando. A outra mulher da equipe foi atingida por uma pedra. Mesmo ferida, a cabo da PMDF permaneceu na Esplanada dos Ministérios até as 1h do dia seguinte.

Ela também mencionou aos membros da CPMI que “era evidente” que os manifestantes estavam organizados e utilizando luvas como proteção contra produtos químicos, além de máscaras, toalhas e lenços.

A CPMI está ocorrendo no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Relembre
 Uma semana após a posse do presidente Lula, um grupo de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes. Centenas de pessoas foram presas.

No mesmo dia, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), condenou o vandalismo. No dia seguinte, os presidentes dos três Poderes divulgaram uma nota em defesa da democracia brasileira e o Plenário da Câmara aprovou a intervenção federal no DF.

No final de abril, o Congresso criou a CPMI para investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro.

O colegiado, presidido pelo deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), é composto por 16 senadores e 16 deputados.

Reportagem – Cláudio Ferreira
Edição – Natalia Doederlein

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