O professor Hernando Borges, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), coordenou o debate, que contou com a participação de diversos nomes importantes na área. O professor de Teoria e Filosofia do Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Marco Antônio Sousa Alves, chamou a atenção para o fato de que o ambiente digital não é apenas um reflexo da realidade. Segundo ele, as plataformas produzem o próprio real, não apenas refletindo o que os usuários desejam.
Alves destacou a importância de desestimular subculturas de ódio e perseguição, assim como repensar o modelo de negócio das plataformas, que muitas vezes incentivam a produção de conteúdos sensacionalistas. Já o diretor executivo do InternetLab, Francisco Brito, discutiu a moderação de conteúdo e os limites da liberdade de expressão no ambiente digital. Para ele, a moderação é essencial para garantir a pluralidade da informação, mas deve ser acompanhada de transparência e discussões sobre mitigação de riscos.
O professor Murilo César Ramos, da Universidade de Brasília (UnB), trouxe à tona a cultura da desinformação. Ele afirmou que os estados e instituições têm enfrentado grandes dificuldades para regulamentar empresas de tecnologia e formular políticas públicas eficazes. Ramos destacou o esforço da Justiça Eleitoral brasileira nas eleições presidenciais de 2022 para enfrentar a desinformação e proteger a democracia.
O ministro do STF Luiz Fux abriu o painel ressaltando a importância da informação de qualidade para a democracia. Ele ressaltou que o combate à desinformação envolve um trabalho pedagógico, legislativo e também do poder judiciário. Fux destacou a necessidade de atuação exemplar por parte do Judiciário perante ataques às instituições e a disseminação de fatos inverídicos.
O seminário, organizado em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais (Cogecom), conta com a participação de ministros, professores e especialistas no tema. A programação inclui sete painéis que abordam questões como o fortalecimento do sistema de justiça, educação midiática e o papel das agências de checagem.
O evento visa promover uma discussão ampla sobre os desafios enfrentados no combate à desinformação e destacar a importância de medidas eficazes para proteger a democracia e a qualidade da informação disponível aos cidadãos. A disseminação de informações falsas e manipuladas tem se mostrado um desafio cada vez mais presente nos tempos atuais, e a busca por soluções se faz urgente.
