Presidente do STF defende atuação do tribunal e condena réus por atos golpistas de 8 de janeiro

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, defendeu veementemente a atuação do tribunal no julgamento dos primeiros réus condenados pelos atos golpistas ocorridos no dia 8 de janeiro. Durante a sessão, que culminou na condenação de três réus envolvidos na invasão do Palácio do Planalto e do Congresso, Weber ressaltou a importância do STF como um dos pilares da democracia constitucional brasileira e como guardião da Constituição.

Durante os dois dias de julgamento, os advogados que se pronunciaram em defesa dos réus não pouparam ofensas e desacreditaram a atuação dos ministros. Um deles, Sebastião Coelho da Silva, que representa Aécio Pereira, condenado a 17 anos de prisão, chegou a afirmar que os ministros do STF são as “pessoas mais odiadas do país”. Vale ressaltar que Sebastião é ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça por suposto apoio aos grupos golpistas. Um vídeo que circulou nas redes sociais no ano passado mostra o advogado pedindo a prisão do ministro Alexandre de Moraes durante um acampamento no quartel do Exército em Brasília.

Outro defensor dos réus comparou o presídio da Papuda, onde os acusados estão detidos, com o Holocausto e acusou Alexandre de Moraes de inverter seu papel de julgador para se tornar um acusador. Após essas declarações, Moraes rebateu o advogado, chamando seu discurso de ódio de “patético e medíocre” e sugerindo que o mesmo estava buscando visibilidade para uma possível candidatura nas eleições do próximo ano.

Diante dessas polêmicas, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviou um ofício ao STF manifestando apoio à Corte. No documento, o presidente da entidade, Beto Simonetti, expressou solidariedade aos ministros pelos ataques sofridos durante o julgamento e reafirmou confiança na condução correta do processo. A OAB também ressaltou que os atos ocorridos em 8 de janeiro representam uma grave ofensa à estabilidade democrática no Brasil e defendeu a responsabilização de todos os envolvidos, desde que seja assegurado o devido processo legal.

Ao final da sessão, Rosa Weber reiterou a importância do STF na defesa do Estado democrático de Direito e enfatizou que a Corte continuará atuando com altivez e firmeza, mesmo desagradando alguns setores da sociedade. A presidente do STF ressaltou que é fundamental que o povo brasileiro compreenda o papel do tribunal na preservação da democracia constitucional e na salvaguarda dos direitos fundamentais.

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