Os dados da SBACV mostram que houve um aumento significativo no número de amputações em todo o país. Alguns estados registraram um crescimento superior a 200% entre 2012 e 2023. A entidade afirma que a série histórica iniciada em 2012 indica que este ano será o pior em termos de amputações.
A SBACV chama a atenção para a relação entre amputações e doenças vasculares, especialmente a síndrome do pé diabético. Mais da metade dos casos de amputação envolvem pessoas com diabetes. No entanto, outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial e idade avançada, também estão relacionados a esse tipo de cirurgia.
Além disso, o estudo revela que muitos pacientes desconhecem seu estado de saúde. Estima-se que uma em cada cinco pessoas com diabetes não sabe que tem a doença, o que leva a complicações graves quando procuram atendimento médico. Pacientes com diabetes e úlceras nos pés têm uma taxa de mortalidade duas vezes maior do que pacientes diabéticos sem úlceras.
A amputação de membros inferiores também causa impactos financeiros, consumindo parte do orçamento destinado à saúde. Em 2022, foram gastos cerca de R$ 78,7 milhões em procedimentos desse tipo. Ao longo de toda a série histórica, o valor total gasto ultrapassou R$ 799 milhões.
A SBACV destaca a importância da prevenção, especialmente para pessoas com diabetes. Pequenos cuidados e autoexames diários podem prevenir ou tratar lesões nos pés que podem evoluir para casos graves de amputação. Manter uma alimentação equilibrada, praticar atividade física e controlar a glicemia são medidas que contribuem para uma melhora do sistema vascular.
A entidade também aconselha a adoção de medidas de prevenção do pé diabético, como evitar andar descalço, usar meias sem costuras, cortar as unhas de forma correta e hidratar os pés. Além disso, é importante que os pacientes com diabetes estejam atentos aos sintomas e procurem orientação médica assim que perceberem qualquer problema nos pés.
O levantamento da SBACV evidencia a gravidade do aumento no número de amputações de membros inferiores no SUS e destaca a necessidade de investimentos em prevenção e cuidados de saúde adequados, visando a redução desses procedimentos e suas consequências tanto na saúde dos pacientes quanto nos gastos públicos.