As unidades prisionais que tiveram mais inscrições proporcionalmente à sua população carcerária foram a Unidade Prisional Francisco Hélio Viana de Araújo (UP-Pacatuba), a Unidade Prisional Feminina Desembargadora Auri Moura Costa (UPF) e a Unidade Prisional de Ensino, Capacitação e Trabalho de Itaitinga (UPECT-Itaitinga). A correção dos relatórios de leitura é realizada pela Escola de Ensino Fundamental e Médio Aloísio Leo Arlindo Lorscheider.
A educação é uma das prioridades do sistema penitenciário do Ceará, juntamente com o trabalho e a capacitação dos detentos. Através do projeto Livro Aberto, busca-se proporcionar oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal, além de promover a ressocialização dos presos.
A coordenadora de Inclusão Social do Preso e do Egresso, Cristiane Gadelha, comemorou o êxito do projeto e ressaltou os benefícios da leitura para os participantes: “O Projeto Livro Aberto é um grande incentivo à leitura, que vem mensalmente conquistando mais pessoas no interior das unidades prisionais, que passaram a valorizar o hábito de ler, como um momento de crescimento individual. O projeto vem transformando pessoas, porque melhora a autoestima dos participantes e sua bagagem cultural e educacional”.
Um dos internos beneficiados pelo projeto é Francisco Gonçalves, da Unidade Prisional Professor José Jucá Neto (UP-Itaitinga3). Ele expressou sua gratidão pela oportunidade de participar do projeto e destacou o impacto positivo que a leitura tem em sua vida e no processo de ressocialização: “Esse projeto vem melhorando, não só a minha vida, mas de vários internos. É através da leitura que estamos conquistando mais rápido nossa liberdade, além de nos ajudar no processo de ressocialização”.
O projeto Livro Aberto tem como objetivo promover a ressocialização e o desenvolvimento pessoal e educacional dos detentos, por meio da leitura de obras literárias que abordam temáticas sociais. Além disso, a cada leitura trabalhada, os participantes podem remir quatro dias de pena. Após a leitura de 12 obras e a avaliação de seus relatórios, os internos têm a possibilidade de remir 48 dias de pena.
A Escola de Ensino Fundamental e Médio Aloísio Leo Arlindo Lorscheider é responsável por coordenar a oferta de educação nas unidades prisionais da região metropolitana de Fortaleza. Com 73 professores e 2.466 internos matriculados em diferentes níveis de ensino da educação básica, a escola tem como objetivo principal promover a escolarização dos detentos.
A doação de livros para as bibliotecas das unidades prisionais é incentivada pelo projeto Livro Aberto. Eles devem estar em bom estado de conservação e ser de literatura brasileira (clássicos, romances e modernos), literatura estrangeira, bestsellers, autoajuda ou religiosos. As doações podem ser feitas na sede da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (Coispe) ou através do telefone (85) 3101-7718.
O projeto Livro Aberto é mais uma iniciativa que busca transformar vidas e incentivar a educação dentro do sistema penitenciário do Ceará. Através da leitura, os detentos têm a oportunidade de buscar conhecimento, refletir sobre temáticas relevantes e, principalmente, conquistar uma chance de recomeço.