Secretário de Transportes defende remover formação rochosa no rio Tocantins para construção de hidrovia, visando impulsionar a economia do Pará.

No último debate realizado na Câmara dos Deputados, o secretário de Transportes do Pará, Adler Silveira, defendeu a remoção da formação rochosa do Pedral do Lourenço, no estado do Pará, para possibilitar a construção de uma hidrovia no rio Tocantins. Segundo Silveira, o Pará é a última fronteira agrícola do país e a hidrovia facilitará o escoamento da produção, aumentando assim a produtividade e o Produto Interno Bruto (PIB) da região.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), até o mês de dezembro, serão entregues ao Ibama os estudos necessários para a concessão da licença ambiental. A obra é vista como uma oportunidade de desbloquear gargalos logísticos locais, segundo o deputado Vicentinho Júnior (PP-TO), autor do requerimento para a realização do debate.

O Pedral do Lourenço, que possui aproximadamente 43 km de extensão e está localizado entre os municípios paraenses de Marabá e Tucuruí, é um conjunto de formações rochosas que atualmente impede a navegabilidade no rio Tocantins. Com a remoção dessas formações, espera-se que o custo do frete seja reduzido e que ocorra uma transformação social na vida das pessoas da região.

Vicentinho Júnior ressaltou seu apoio ao projeto, destacando o sonho de ter um “Mississipi brasileiro”, um rio navegável, limpo e viável para todo o Brasil, fazendo referência ao rio Mississipi que corta o território norte-americano no sentido norte-sul.

Assim como os defensores da hidrovia, Adler Silveira frisou a importância de respeitar as questões ambientais e os direitos dos povos tradicionais e originários durante as obras no rio Tocantins. O presidente do Ibama, Rodrigo Mendonça, afirmou que a instituição aguarda a conclusão dos estudos feitos pelo Dnit para decidir sobre a concessão da licença ambiental.

Erick de Medeiros, diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit, informou que a ideia é entregar os documentos ao Ibama até dezembro e que a autarquia de transportes pretende iniciar a retirada do Pedral do Lourenço em março de 2024. Para garantir a navegação durante todo o ano no rio Tocantins, serão necessárias obras como a dragagem, retirada de material solto no fundo do rio, e o derrocamento, que consiste na escavação das pedras.

A expectativa é de que a construção da hidrovia traga benefícios econômicos e sociais para a região, impulsionando o setor agrícola e diminuindo o custo do frete. Agora, resta aguardar a conclusão dos estudos pelo Dnit e a decisão do Ibama sobre a concessão da licença ambiental para dar início às obras tão esperadas.

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