Comissária da OEA visita unidade prisional no Ceará para conhecer ações de inclusão e ressocialização da população LGBTI+

No dia 20 de setembro de 2023, a Unidade Prisional Irmã Imelda Lima Pontes (UP-Imelda) recebeu a visita da comissária da Organização dos Estados Americanos (OEA) e relatora para os Direitos das Pessoas LGBTI+ da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Roberta Clarke. O objetivo da visita era conhecer as ações realizadas voltadas para a população LGBTI+ no sistema prisional do Ceará.

Durante a visita, o grupo de teatro “Portugays” apresentou danças e peças de teatro que abordavam temas como a população LGBTI+ e o racismo. Além disso, o grupo Acordes para Recordar, formado por cantores e músicos internos do sistema prisional, realizou uma apresentação musical para os visitantes. Após as apresentações, a comitiva realizou um tour pela unidade prisional para conhecer as estruturas e os projetos de ressocialização.

A diretora da UP-Imelda, Ilana Ferro, ressaltou a importância de outras organizações conhecerem as ações desenvolvidas para a população LGBTI+. Segundo ela, o trabalho de ressocialização visa fortalecer e incentivar os talentos individuais dos detentos, seja na arte, na cultura ou na música. Ferro acredita que essas ações podem transformar vidas e contribuir para que essas pessoas voltem à sociedade como cidadãos melhores.

Roberta Clarke, comissária da OEA, agradeceu a oportunidade e elogiou as apresentações realizadas pelos detentos. Ela ressaltou a importância de utilizar a expressão criativa para promover a visibilidade e a solidariedade, além de combater todas as formas de discriminação, seja contra pessoas LGBTI+, povos indígenas, pessoas com deficiência, idosos, mulheres ou crianças.

Mitchelle Meira, secretária da Diversidade do Ceará, destacou o reconhecimento do estado no que diz respeito às políticas públicas voltadas para a população LGBTI+. Ela ressaltou que o Ceará tem realizado ações de humanização dentro do sistema prisional e que as parcerias entre as secretarias têm contribuído para a ressocialização e a transformação das vidas dessas pessoas.

A interna Ana Carla também agradeceu as oportunidades proporcionadas pela unidade prisional. Ela afirmou que, desde que chegou na UP-Imelda, sua vida mudou completamente e que encontrou sua verdadeira identidade através do teatro. Carla ressaltou a importância de receber visitas de pessoas de outros lugares, pois isso demonstra o reconhecimento do esforço dos detentos.

Além da comissária da OEA, estiveram presentes no encontro a secretária nacional de Direitos das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, a secretária da Diversidade, Mitchelle Meira, o secretário executivo da Diversidade, Narciso Júnior, a coordenadora do Centro Estadual de Referência LGBT+, Thina Rodrigues, Samilla Aires, o coordenador da Sessão de Monitoramento de Direitos Humanos, Miguel Mesquita, e a oficial sênior do Programa LGBTI do Instituto Internacional sobre Raça, Igualdade e Direitos Humanos, Zuleika Rivera.

A visita é mais um passo importante para o reconhecimento das iniciativas voltadas para a população LGBTI+ no sistema prisional do Ceará, mostrando que a ressocialização e a inclusão são possíveis, e que todos merecem uma segunda chance para se tornarem melhores cidadãos.

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