CPI das ONGs agenda oitivas com antropólogo francês fundador de ONG e secretária de Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente.

A CPI das ONGs, que investiga as atividades das organizações não governamentais que atuam na região amazônica, agendou duas oitivas importantes para a próxima semana. Na terça-feira (26) às 10h, serão ouvidos o antropólogo francês Bruce Albert e a secretária nacional de Mudança do Clima no Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni.

A participação de Bruce Albert foi solicitada pelo senador Dr. Hiran (PP-RR), que destaca sua relevância como fundador da ONG Comissão Pró-Yanomami, que atua nas áreas de saúde e educação dentro das terras ianomâmis desde 1978. O senador ressalta que Albert é conhecido como um divulgador do pensamento ianomâmi no mundo todo e um grande conhecedor das ações das ONGs que atuam na região.

Já a convocação de Ana Toni foi solicitada pelo relator da CPI, Marcio Bittar (União-AC), que tem interesse em esclarecer sua participação no Conselho Deliberativo da ONG Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Bittar questiona possíveis conflitos de interesse nesse caso e busca entender como Toni chegou ao cargo que ocupa atualmente, levantando a possibilidade de sua indicação estar relacionada à sua ligação com uma ONG.

No entanto, a CPI aguarda a confirmação da presença dos convidados para a oitiva.

Além dessas oitivas, a CPI poderá aprovar um pedido de informações do presidente da comissão, Plínio Valério (PSDB-AM), ao Banco Central (BC). Valério solicita que o BC envie todos os documentos e dados sobre recursos recebidos do exterior pelas ONGs que mais atuam na região amazônica desde 2002.

As ONGs que estão na lista são Fundação Amazônia Sustentável, Instituto de Conservação Ambiental (TNC Brasil), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Fundo Brasileiro para a Diversidade (Funbio), Centro de Trabalho Indigenista (CTI), Instituto de Pesquisas Ambientais (IPÊ), Instituto Socioambiental (ISA), Fundação Vitória Amazônica (FVA) e Fundação Almerinda Malaquias. Valério quer saber a quantia de dinheiro que essas ONGs receberam do exterior, tanto de instituições privadas quanto públicas.

O presidente da CPI destaca que a diretora da ONG Imazon, Ritaumaria Pereira, confirmou em depoimento à comissão que a organização recebeu recursos do exterior. Com isso, Valério alega que é fundamental investigar a quantidade exata de recursos recebidos por essas ONGs e sua utilização efetiva. Ele ressalta que a maioria dessas organizações confirma em seus balanços na internet que são financiadas por recursos internacionais.

Diante disso, a CPI busca esclarecer os objetivos dessas remessas de recursos, o montante exato recebido e as contrapartidas relacionadas a essas transações financeiras. Há uma intensa polêmica em relação aos reais motivos desses repasses e é necessário averiguar a aplicação efetiva dos recursos.

A expectativa agora é que as oitivas sejam confirmadas e os convidados apresentem informações relevantes para esclarecer os interesses e os impactos das atividades das ONGs na região amazônica.

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