Mensalidades das escolas particulares deverão aumentar em média 9% em 2024, de acordo com levantamento do Melhor Escola.

De acordo com um levantamento realizado pelo Melhor Escola, site buscador de escolas no Brasil, as mensalidades das escolas particulares deverão ter um aumento médio de 9% em 2024. O levantamento contou com a participação de 979 escolas de quase todos os estados brasileiros, com exceção de Roraima e Tocantins. Enquanto algumas instituições irão manter o mesmo valor cobrado este ano, outras estão aplicando reajustes que chegam a 35% em relação ao valor atual.

Conforme a Lei 9.870/1999, não existe um limite máximo legal para o aumento das mensalidades escolares, mas as escolas devem justificar os aumentos aos pais e responsáveis por meio de uma planilha de custos, mesmo quando a variação resulte de melhorias no processo didático-pedagógico.

Sergio Andrade, sócio-fundador do Melhor Escola, explica que mesmo sendo estranho que o reajuste seja maior do que a inflação, isso é algo natural devido à lógica do reajuste, que considera tanto o aumento inflacionário quanto o investimento realizado pela escola ao longo do ano. Ele ainda acrescenta que o país está entrando em uma fase de maior normalidade após o período de pandemia, o qual teve reflexos nos custos. Segundo Andrade, é natural que haja uma variação maior no nível de investimento em um contexto pós-pandemia, em comparação com um mercado mais estável.

O reajuste das mensalidades escolares leva em consideração diversos fatores, como os índices inflacionários (como o IPCA e o IGP-M), os acordos salariais firmados com sindicatos e os reajustes salariais tanto para professores como para os demais funcionários, além dos investimentos realizados nas instituições de ensino. Com base nesses dados e em outros, como a expectativa de matriculados, é estabelecido o valor da anuidade, que não pode ser modificado durante o ano letivo.

Antônio Eugênio Cunha, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), destaca que os reajustes são diferentes e variam de escola para escola devido às diferenças de contexto. Cada escola possui uma identidade própria e uma estrutura de funcionamento distinta. Além disso, as escolas podem adotar diferentes estratégias de cobrança, como divisão em parcelas ou descontos para grupos familiares, conforme explica Cunha.

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) orienta que, mesmo não havendo um valor máximo estabelecido para o reajuste das mensalidades escolares, os consumidores podem contestar aumentos considerados abusivos. Segundo o diretor de Relações Institucionais do Idec, Igor Britto, as escolas particulares devem justificar os reajustes e apresentar publicamente uma planilha com o aumento das despesas. Caso se sintam lesados, os responsáveis pelos alunos podem buscar uma resolução amigável ou procurar entidades de defesa do consumidor, como o Procon.

Em resumo, os reajustes nas mensalidades das escolas particulares para 2024 são uma realidade, com aumento médio de 9%. Embora não haja um limite máximo estabelecido por lei, as escolas devem justificar os aumentos aos pais e responsáveis. O contexto pós-pandemia e os investimentos realizados pelas instituições de ensino são fatores que influenciam no reajuste. Cada escola possui suas particularidades e estratégias de cobrança, sendo importante que os pais estejam cientes dos custos envolvidos e busquem esclarecimentos em caso de dúvidas ou contestações. Vale ressaltar que, segundo o Idec, as escolas devem apresentar publicamente a planilha com o aumento das despesas e os consumidores têm o direito de contestar reajustes considerados abusivos.

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