Entre as participantes estava Daiane Rodrigues, uma mãe que frequenta o Complexo do Curió com o filho João Pedro, de oito anos. Daiane é surfista, modelo, palestrante e dançarina, e sua história de superação inspira muitas pessoas. Em 2015, ela teve que amputar as duas pernas e dois dedos da mão direita devido a uma infecção generalizada após o parto do seu filho mais novo. Ela enfrentou uma profunda depressão, mas conseguiu se recuperar através do esporte e do cuidado com a sua saúde mental.
Daiane conta que o Complexo do Curió tem sido uma base importante para ela, pois lá ela pode deixar seu filho e desabafar com outras mulheres e assistentes sociais que fazem parte do grupo. Ela ressalta que é precioso ter um espaço onde possa compartilhar sua história e inspirar outras pessoas.
A Secretaria da Proteção Social (SPS), responsável pelos equipamentos sociais, como os Complexos Sociais Mais Infância e os Centros Comunitários, tem promovido essas rodas de conversas multigeracionais como forma de aproximar as pessoas do cuidado com a saúde mental. Onélia Santana, titular da SPS, destaca a importância desses espaços como um refúgio para as pessoas, especialmente nas periferias, onde questões como alimentação, educação e lazer ainda são desafios.
Em outro ponto da cidade, no Conjunto Palmeiras, jovens beneficiários do ABC também participam de rodas de conversas para discutir temas como bullying e ferramentas para lidar com a situação. Esses encontros têm sido fundamentais para os jovens, pois lhes proporcionam um espaço seguro onde podem desabafar e aprender a lidar com seus problemas.
João Eduardo, de 17 anos, frequenta o ABC e o Circo Escola do Palmeiras desde os 6 anos de idade e relata que o espaço é um refúgio para ele. Nas rodas de conversas, ele aprende a resolver seus problemas e a lidar melhor com eles. Johnny Uchoa, também de 17 anos, conta que durante a pandemia enfrentou uma profunda depressão e só conseguiu se recuperar quando voltou a participar das atividades do equipamento e das rodas de conversas do GPDH. Ele destaca que se sente confortável e ouvido de verdade no grupo.
Eliana Sousa, arte-educadora que acompanha os adolescentes nessas conversas, destaca a importância terapêutica desses encontros. Ela relata que as conversas são dolorosas e que todos choram juntos, mas também se curam juntos.
Durante o mês de setembro, a SPS está promovendo diversas programações voltadas para a saúde mental em seus equipamentos, incluindo caminhadas, palestras e rodas de conversas com grupos de idosos, adultos, crianças e adolescentes. O objetivo é cada vez mais valorizar a saúde mental e proporcionar espaços onde as pessoas possam se expressar e cuidar de si mesmas.
