O período abordado no livro vai desde a campanha eleitoral de Marielle em 2016, quando foi eleita vereadora, até a noite trágica de 14 de março de 2018, quando Marielle e Anderson foram mortos em uma emboscada logo após participarem de um evento no Rio de Janeiro. A jornalista descreve o momento do crime como uma cena brutal, um filme de terror, e lamenta a falta de justiça até hoje.
Fernanda Chaves sentiu a necessidade de documentar a atuação de Marielle como vereadora e todos os temas debatidos por ela, já que são assuntos que ainda são pertinentes na sociedade. O livro também oferece uma contextualização e relatos de bastidores sobre como funcionava o mandato de Marielle, que contava com uma equipe composta por mulheres e abordava uma variedade de pautas.
A obra faz parte de um projeto de resgate de memória do PSOL e será distribuída inicialmente para a militância do partido durante o congresso, em Brasília. A expectativa é que parcerias com editoras permitam uma maior tiragem no futuro.
Em relação às investigações, em julho deste ano, a Polícia Federal prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel, acusado de obstruir as investigações. Élcio de Queiroz, que confessou ter participado do crime, revelou que o ex-policial militar Ronnie Lessa foi o autor dos disparos. No entanto, até o momento, os mandantes do crime não foram identificados.
Apesar do avanço das investigações, a jornalista destaca que defensores dos direitos humanos no Brasil continuam enfrentando riscos. Ela ressalta que a política de promoção e proteção dos direitos humanos foi desmantelada durante o governo Bolsonaro, e que é necessário reconstruir essa agenda.
O livro sobre Marielle Franco é uma importante contribuição para manter viva a memória da vereadora e continuar exigindo justiça. A obra expõe a trajetória política e os ideais de Marielle, além de trazer à tona a importância de defender os direitos humanos em um momento em que a sociedade brasileira precisa reconstruir essa agenda.
