ICMBio investigará mortes de botos em Tefé, no Amazonas, após registro de mais de 100 mortes de mamíferos aquáticos.

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) anunciou que irá investigar as razões por trás da morte de dezenas de botos em Tefé, no Amazonas. Entre os dias 23 e 29 de março, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá registrou a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, incluindo botos vermelhos e tucuxis, que viviam no lago.

Embora as causas ainda não tenham sido confirmadas, há indícios de que o calor intenso e a seca histórica dos rios estejam contribuindo para a morte dos peixes e mamíferos na região. O ICMBio mobilizou equipes de veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) e da Divisão de Emergência Ambiental, juntamente com instituições parceiras, para investigar essas mortes.

Protocolos sanitários foram adotados para lidar com os corpos dos animais. O ICMBio está trabalhando no fortalecimento das medidas para identificar as causas e tomar medidas para proteger as espécies afetadas.

Diante dessa situação preocupante, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá emitiu um alerta à população local para que evite o contato com as águas do lago e a recreação no local. Em alguns pontos do lago, a temperatura tem ultrapassado os 39°C.

Em entrevista ao programa Viva Maria, da Rádio Nacional da Amazônia, Miriam Marmontel, coordenadora do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Mamirauá, afirmou que esses animais atuam como sentinelas da qualidade da água e são os primeiros a serem afetados por mudanças no ambiente. Ela destacou a importância de estarmos atentos a essa questão e alertou para a necessidade de mudarmos nossos hábitos para evitar que esses eventos continuem ocorrendo.

Segundo Miriam, os animais estão sofrendo com o aumento das temperaturas e mudanças na fisiologia provocadas pelas condições adversas. Ela ressaltou a gravidade da situação, descrevendo-a como crítica e emergencial, e destacou que essa é uma ocorrência inusitada, nunca antes vista na região.

O ICMBio está trabalhando em parceria com a prefeitura de Tefé, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e a Defesa Civil para identificar as causas dessa mortalidade em massa. Medidas estão sendo adotadas, como o monitoramento dos animais vivos, busca e recolhimento das carcaças, coleta de amostras para análise de doenças e da água, e o monitoramento das águas do lago, incluindo temperatura e profundidade em trechos críticos.

Como medida emergencial, será realizada uma ação para a retirada dos animais ainda vivos entre os dias 30 de março e 1º de abril. Equipes especializadas em resgate de cetáceos chegarão à região para capturar e resgatar esses animais, realizando análises de saúde e parâmetros vitais para entender melhor a situação e tomar decisões sobre como melhorar a situação dessas espécies afetadas.

A situação é grave e exige atenção e ação imediata. Essas mortes em massa dos botos são um alerta para a necessidade de proteger e preservar o meio ambiente, especialmente a água, que é essencial para a fauna e para as comunidades amazônicas. É fundamental investigar as causas dessas mortes e buscar soluções para evitar que tragédias semelhantes ocorram no futuro.

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