Segundo o relatório, o golpe acontece quando criminosos se passam por atendentes dos bancos e entram em contato com as vítimas através de diversos meios, como Whatsapp, SMS, e-mail ou ligação telefônica. O golpista informa dados pessoais do cliente para ganhar a confiança, e pede para a vítima baixar um aplicativo no celular que na realidade é um programa que permite o acesso remoto controlado pelos criminosos. Assim, eles podem realizar transferências de dinheiro, empréstimos, compras e outros tipos de movimentações na conta bancária.
O Idec levantou quantas reclamações os clientes registraram em 2022 contra cada banco pelo site Reclame Aqui. O Nubank foi o que teve mais queixas, algumas delas relacionadas ao golpe do acesso remoto. O instituto questionou o Nubank e os três maiores bancos privados do país sobre se já tiveram clientes que caíram em golpes e qual a atitude da instituição. Apenas um dos bancos respondeu que conseguiu barrar o acesso remoto ao aplicativo.
Após um mês, o Idec testou o acesso remoto aos aplicativos das instituições financeiras para saber se eles tinham desenvolvido mecanismos para impedir o acesso às contas dos clientes. Apenas um dos bancos testados foi capaz de bloquear o acesso, o que fez com que o Idec mencionasse esse banco como referência aos demais. Os outros dois bancos foram notificados sobre os resultados.
O relatório do Idec ressalta que as vítimas desse tipo de golpe têm direitos garantidos pelo Código de Defesa do Consumidor e podem reivindicar reparação pelos danos causados pelos bancos. O Idec disponibilizou um modelo de petição para quem precisar acionar a Justiça para buscar reparação ao dano sofrido.
A Agência Brasil entrou em contato com os bancos Nubank, Bradesco, Itaú e Santander, sendo que somente o Santander respondeu, afirmando ter mecanismos eficazes de proteção e confiando na integridade e eficiência de seus sistemas de segurança.
É importante ressaltar que os detalhes dos testes realizados pelo Idec não foram divulgados para evitar a disseminação de falhas e o uso indevido do acesso remoto como prática criminosa. O relatório do Idec serve como um alerta para os consumidores e uma cobrança para que os bancos aprimorem seus mecanismos de segurança e proteção dos clientes contra golpes dessa natureza.
