Comitiva de ministros liderada por Geraldo Alckmin visita Região Norte para avaliar consequências da seca e incêndios na Amazônia.

Uma comitiva de ministros liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin desembarcou em Manaus nesta quarta-feira (4) para verificar a situação do Amazonas e de outros estados da Região Norte, que estão sofrendo com a forte seca e os incêndios. O objetivo da visita é analisar de perto as consequências desse cenário alarmante.

Alckmin ressaltou a importância de ver “in loco” a questão da seca na Amazônia, afirmando que o problema não se restringe apenas ao Amazonas, mas também afeta Rondônia e Acre. A comitiva é composta por ministros como Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Sílvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e representantes dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, entre outros.

Além de se reunir com autoridades locais, o grupo pretende visitar comunidades afetadas, conversar com lideranças locais, empresários e representantes da sociedade civil. Está previsto também um sobrevoo pela capital amazonense.

A situação no Amazonas é cada vez mais crítica. Segundo o Comitê de Intersetorial de Enfrentamento à Situação de Emergência Ambiental, 23 municípios estão em situação de emergência devido à seca. Dos 62 municípios do estado, 35 estão em situação de alerta. A cidade de Manaus, que também está em emergência, tem enfrentado a vazante do Rio Negro atingindo níveis baixíssimos e queimadas no entorno que cobrem a cidade de fumaça. A prefeitura já antecipou o fim do ano letivo nas escolas ribeirinhas do rio Negro.

Com a seca, os moradores das zonas ribeirinhas e rurais têm dificuldade de acesso a alimentos e água potável. Para ajudar a população, o governo federal está distribuindo alimentos, água potável e combustível. Além disso, o Ministério da Saúde enviará kits de medicamentos e primeiros socorros, e as Forças Armadas serão acionadas para auxiliar na logística de distribuição.

O fenômeno El Niño e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte são apontados pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) como fatores que estão inibindo a formação de chuvas e agravando a situação na região.

Outro grave problema é o impacto ambiental da seca. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá registrou a morte de mais de 100 botos cor-de-rosa e tucuxis na região do Lago de Tefé, no Amazonas. A causa ainda não foi confirmada, mas há indícios de que o calor e a seca estejam provocando as mortes de peixes e mamíferos na região. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está investigando as causas dessas mortes.

A ministra Marina Silva, que está integrando a comitiva, destacou a preocupação com a situação ambiental, afirmando que é algo “tremendo” e “assustador”. Medidas emergenciais estão sendo adotadas para tentar minimizar os impactos das mortes dos animais e ajudar nas ações de preservação da região.

Durante a visita, o governo federal também realizará obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, com o objetivo de melhorar a navegação e escoamento de toda a região. Além disso, mais de 160 sistemas isolados de abastecimento de energia elétrica, que atendem comunidades isoladas que não estão ligadas à rede nacional, estão com estoque de combustível suficiente para mais 30 dias.

A seca na Região Norte levou à suspensão momentânea das atividades da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, em Rondônia, devido à baixa vazão do Rio Madeira. Com potência instalada de 3.568 megawatts, a usina é uma das maiores geradoras de energia do Brasil.

A visita dos ministros é fundamental para entender a realidade do Amazonas e encontrar soluções para a grave situação que a região enfrenta. As ações emergenciais que estão sendo tomadas pelo governo federal são essenciais para tentar minimizar os impactos da seca e dos incêndios, assim como preservar a fauna e a flora da Amazônia.

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