Mortandade de botos no Lago Tefé preocupa especialistas e causa mobilização de equipes de resgate.

No Amazonas, o grupo emergencial de acompanhamento e retirada dos botos do Lago Tefé fez uma descoberta preocupante. Mais cinco carcaças desses animais foram encontradas, elevando o número total de mortes para mais de 125. O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá divulgou um balanço na noite dessa terça-feira (3), informando que as carcaças foram encaminhadas para necropsia.

De acordo com o instituto, o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad) esteve em alerta próximo à região onde foram encontrados os novos botos mortos. No entanto, nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate foi identificado.

A mobilização para investigar as causas dessas mortes começou no fim de semana, após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que habitavam o Lago Tefé. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade enviou equipes de veterinários e servidores do seu Centro de Mamíferos Aquáticos para apurar o que está levando a essa mortandade extrema.

Além das carcaças dos botos, especialistas do Mamirauá estão analisando a mortandade dos peixes no lago. Um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia também está a caminho do local para estudar o surgimento de uma floração de algas e avaliar se essas algas estão liberando toxinas na água, devido às variações de temperatura. Estas variações têm sido apontadas como a principal causa das mortes, devido às altas temperaturas registradas na região.

Preocupado com a situação, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus para avaliar a estiagem que afeta não só o Amazonas, mas também Rondônia e Acre. A seca já impacta cerca de 500 mil pessoas na região e medidas estão sendo discutidas para mitigar os efeitos dessa seca.

O governo anunciou a realização de obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, para recuperar a capacidade de navegação, o pagamento do seguro-defeso aos pescadores afetados e o envio de brigadistas para o controle de incêndios. Além disso, o Ministério de Minas e Energia informou que a estocagem de óleo diesel na região garantirá o abastecimento de setores isolados pelos próximos 30 dias.

A necessidade de ações emergenciais também levou o governador do Amazonas, Wilson Lima, a decretar situação de emergência em 55 municípios afetados pela seca. Além disso, 23 municípios já decretaram situação de emergência e 35 estão em situação de alerta.

A prefeitura de Manaus também está enfrentando desafios devido à seca prolongada. O fim do ano letivo na rede municipal de ensino de comunidades ribeirinhas foi antecipado, pois está se tornando difícil para professores e alunos se deslocarem para as escolas. A Secretaria Municipal de Educação informou que as escolas do Rio Negro adotaram um calendário diferenciado, previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com as aulas iniciando em janeiro e terminando em outubro. Já as escolas do Rio Amazonas estão realizando aulas remotas e a equipe pedagógica avaliará a possibilidade de retorno das atividades presenciais a cada 15 dias.

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